Acusações foram feitas durante sessão na Câmara de Fortaleza. Foto: CMFor

Nesta semana, a vereadora bolsonarista Priscila Costa (PL) subiu à tribuna da Câmara Municipal de Fortaleza para acusar a Pinacoteca do Ceará de tornar uma série de quadros com o que ela denominou de “pornografia” acessível às crianças que visitam o equipamento. O órgão, porém, ragiu e desmentiu a parlamentar, afirmando que em cada uma das alas do local há uma série de classificação indicativa nas obras em exposição.

De acordo com Costa, antes de levar o tema à tribuna, ela teria recebido pais reclamando da situação, pois segundo relatou, os filhos dessas pessoas teriam tido acesso a conteúdo considerado por ela como impróprios para menores.

Apesar de criticar o que chamou de pornografia e o acesso de crianças a essas obras, a vereadora levou cópias para a tribuna e mostrou na TV Fortaleza para todo o público que acompanhava a sessão ordinária.

“São várias figuras com teor pornográfico e de erotização. Coisas bizarras sendo expostas pelo governo do estado, em um espaço que é destinado a fazer ações conjuntas com comunidades escolares e que recebe milhões do dinheiro do povo para cometer crime contra as nossas crianças”, denuncia a parlamentar.

Ela disse que vai ingressar com ação na Justiça. “Que tipo de governo é esse que banaliza a pornografia? Elmano de Freitas terá que se explicar”, critica.

Pinacoteca do Ceará

Diante das acusações feitas pela vereadora, a Pinacoteca do Ceará reuniu, na tarde de quinta-feira (08), autoridades para debater a importância da classificação indicativa nos espaços museológicos. De acordo com a entidade, “ao visitar o equipamento da Secult Ceará, pais, mães e responsáveis contam com sinalização específica sobre a classificação indicativa das obras nos monitores da recepção, entrada das exposições, por meio dos orientadores de público que circulam no ambiente e em placas localizadas ao lado ou próximo aos trabalhos artísticos que tenham restrições a determinadas faixas etárias”.

“A disposição dessas obras em áreas reservadas dentro das exposições também favorece o controle das famílias, garantindo aos pais o poder de decisão sobre quais conteúdos o seu núcleo familiar deve ter acesso com segurança e responsabilidade. Dentre as 1.196 obras expostas no museu atualmente, apenas oito possuem classificação indicativa acima de 14 anos”.