Os senadores Eduardo Girão e Sergio Moro prestigiaram a palestra do governador de Minas Gerais Romeu Zema na faculdade Unichristus. Foto: Letícia Caracas / Blog Edison Silva

Na noite da última sexta-feira (24), o governador de Minas Gerais Romeu Zema (NOVO) aproveitou a viagem à Fortaleza- CE, juntamente com os senadores Eduardo Girão (NOVO) e Sergio Moro (União Brasil) e participou de um evento voltado ao público empresarial jovem em uma universidade da capital cearense.

O encontro coordenado pela Associação de Jovens Empresários (AJE) Fortaleza trouxe a história de Romeu Zema como pontapé inicial para traçar a vida na política. Com o tema ”Como promover o desenvolvimento no atual cenário político e econômico do Brasil”, Zema contou sobre os 30 anos de sua vida dedicados a área empresarial e como essa experiência favoreceu na vida pública: ”Isso [empresariado] fez que eu tivesse conhecimento de um estado grande do tamanho da França, com cada espaço com suas singularidades”.

Zema contou que tinha aversão a política mas fez questão de entrar na política após meados de 2015, quando ao invés de abrir novas unidades da sua empresa em Minas Gerais teve que demitir mais de dois mil funcionários. A instabilidade vivida no país naquele período foi o que modificou o sentimento de desgoto sobre política que teve durante toda sua vida.

O atual governador deixou o cargo de presidente do Conselho de Administração da empresa em 2016. O Grupo de Zema atua nos ramos de eletrodomésticos, moda, financeiro, automotivo, seguros, consórcio e imobiliário. ”Durante 2015 e 2016 vivemos uma das maiores operações [Lava Jato] que existiu no planeta, vivemos a maior recessão da história. Eu tive que cortar 2.500 funcionários. Por isso não adianta você estudar muito se vive num país que está afundando, onde a classe política não respeita as leis, mas impõe as leis à população, se não fosse a recessão eu não estaria aqui hoje”, esclareceu Zema.

O chefe do Executivo de MG comentou que na gestão anterior a sua foi marcada por dificultar a vida dos mais necessitados: ”Temos que melhorar a governança do setor público, fazer reformas como a que estamos fazendo. Parece que a classe política tem medo de estruturar as coisas pra sempre. Eu pretendo entregar um Estado estruturado para que os absurdos do passado não se repitam mais”.

Zema comentou exultante sobre a validação da PEC no Senado Federal que limita decisões monocráticas dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de outros tribunais. ”Não pode alguém desfazer decisões de 513 deputados e 81 senadores. Ao invés de ser só um [ministro] que seja os onze do STF”, comentou Romeu.

O governador que veio a Fortaleza- CE, como liderança do partido NOVO, para anunciar o nome de Eduardo Girão, senador cearense, como pré- candidato à Prefeitura de Fortaleza disse que a capital pode ter ”uma pessoa muito capacitada”. A reunião estadual do partido NOVO ocorreu neste sábado (25) e reuniu várias lideranças da sigla na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.

Moro 

Em breve discurso, o senador paranaense citou que os três políticos que ali se encontravam eram novidade na política. Mesmo depois de anos nos mandatos Moro comentou que as pessoas ainda não os veem na política pela carreira que já tiveram no passado. Ele teceu elogios à Zema o classificando como ‘jóia na política‘: ”É alguém que trabalha pelo interesse público, perseguindo fazendo o que é certo”. Moro também comentou que Eduardo Girão não tem longa história na política, por ter sido administrador de empresa por muitos anos.

”Entrei agora não tem como generalizar tem muita gente boa e muita gente ruim na política. O que a gente precisa é de gente que busque o bem público, é aquilo que devemos perseguir. A gente precisa de cidadãos motivados, não podemos achar que política é terra arrasada”, mencionou o parlamentar.

Sobre a aprovação no plenário do Senado sobre a PEC que limita decisões monocráticas de ministros dos tribunais Moro disse que ”não tem nenhuma restrição ao Supremo Tribunal Federal. A PEC não foi aprovada em qualquer espécie de retaliação, tanto que ela é de 2021, apresentada pelo senador Oriovisto Guimarães, inclusive lá do Paraná. Apenas o que a PEC faz é aumentar o poder do colegiado do Supremo Tribunal Federal, e com isso fortalece o Supremo como uma instituição colegiada e dá mais segurança e previsibilidade para as decisões, que passam a ser coletivas”.

Girão 

O senador cearense e pré-candidato a Prefeitura de Fortaleza também afastou a ideia de que a PEC aprovada no Senado é contra o Supremo Tribunal Federal. ”Nosso papel é legislar para que a gente possa fiscalizar, e o que vemos em algumas medidas por decisão monocráticas é todo o trabalho legislativo que consome bilhões de reais, tempo,  ogada por água abaixo. Então é pra deixar muito claro a independência dos Poderes, isso fortalece a democracia do Brasil”, afirmou o senador.

Entrevista 

O governador de Minas Gerais reconheceu que o Estado possui dívidas com a União, e que essa pendência não há de continuar: ”Nós precisamos rever essa dívida com a União, porque a União não é banco, e ela tem tratado com Estados como cliente de bancos cobrando juros alto”.

Questionado sobre seu posicionamento a Reforma Tributária Zema disse que é contra  os Estados perderem autonomia ”nós governadores estamos questionando algumas questões que tratem dessa autonomia”, finalizou.