No Ceará, 23 parlamentares na manhã de ontem (8) enviaram à Justiça Eleitoral cartas de anuência para saírem regularmente do PDT sem perda de mandato. Foto: Reprodução

Ontem (8) foi escrito mais um episódio da crise interna envolvendo o Partido Democrático Trabalhista (PDT), imbróglio esse que teve início logo após o anúncio da candidatura a governador, do ex-prefeito Roberto Cláudio, ainda no ano passado, que não agradou parte da agremiação, aliada ao Partido do Trabalhadores (PT), que apoiava a candidatura de reeleição da governadora à época Izolda Cela.

Os 23 parlamentares do PDT pediram carta de anuência para saírem do partido, e esse pedido foi acatado pela liderança cearense comandada por Cid Gomes. Foram eles: deputados estaduais  Romeu Aldigueri, Guilherme Landim, Sérgio Aguiar, Osmar Baquit, Marcos Sobreira, Oriel Nunes, Jeová Mota, Lia Gomes, Salmito Filho, Antônio Granja, Bruno Pedrosa, Guilherme Bismarck, Tin Gomes, Helaine Coelho; deputados federais e suplentes Eduardo Bismarck, Mauro Filho, Robério Monteiro, Idilvan Alencar, Leônidas Cristino, Nilson Diniz; e vereadores de Fortaleza Julio Brizzi e Enfermeira Ana Paula.

Porém apesar de toda a movimentação, no turno da noite a Executiva Nacional da sigla anulou a decisão dos cearenses em uma reunião na sede da legenda, em Brasília. Durante o encontro, a cúpula nacional pedetista decidiu, inclusive adiar para esta manhã de quinta-feira (9), às 11h30, uma votação sobre a instabilidade vivida pelo comando do diretório cearense.

O diretório nacional, refletido em Ciro Gomes e liderada pelo deputado federal André Figueiredo não ficou contente com a ação. Segundo eles foram tomadas medidas cabíveis para rejeitar a decisão de cidistas, através do programa e regras do partido, isso porque, pela legislação eleitoral brasileira, o mandato parlamentar pertence ao partido e não ao candidato eleito, já que o pleito para o Legislativo é proporcional, não majoritário.

Contudo, os deputados cidistas pretendem argumentar que possuem a carta de anuência do diretório estadual autorizando a desfiliação sem a perda de mandato.

A estratégia desse grupo é semelhante a usada por Evandro Leitão, que já conquistou uma carta de anuência em agosto alegando perseguição interna no partido, e que inclusive no momento possui dois pedidos para sair da sigla. Mas o presidente da ALECE, ainda não cumpriu com sua integridade política e permanece na agremiação.

O presidente nacional interino do PDT, André Figueiredo, já adiantou que irá reivindicar para que os mandatos sigam com o PDT, ainda que os parlamentares cearenses da ALECE, Câmara Federal ou Câmara de Vereadores saiam do partido.