Polêmico, Carlos Mesquita já foi líder do Governo Juraci Magalhães e presidente da Câmara Muniicpal de Fortaleza. Foto: CMFor

As falas desastrosas do até então líder do Governo Carlos Mesquita (PDT), afirmando que a Prefeitura de Fortaleza fez cortes propositais em recursos para o tratamento do câncer, foram o estopim para o seu afastamento da liderança do prefeito Sarto na Câmara Municipal. O pedetista até tentou justificar suas afirmações, mas não convenceu a gestão.

Os secretários de articulação política, Elpídio Moreira, e de Cultura, Elpídio Nogueira, que é irmão do prefeito Sarto, foram os responsáveis por anunciar a Mesquita que não havia mais interesse do Governo em mantê-lo na função. Nos últimos dez meses, o pedetista protagonizou diversos embates com a bancada de oposição, muitas das vezes, de forma desrespeitosa, partindo para o ataque pessoal e deboche de seus adversários.

De acordo com informações de alguns parlamentares da Casa Legislativa, havia interesse em indicar Mesquita para assumir o comando da Secretaria Regional 6. Na liderança do Governo, alguns nomes foram citados, como de Iraguassu Filho (PDT), PPCEll (PSD), Professor Enilson (Cidadania) e Didi Mangueira (PDT), suplente que assumiria a vaga deixada por Mesquita.

Depois de dizer que a Prefeitura fez “corte proposital” de recursos para o tratamento de câncer em Fortaleza, Carlos Mesquita (PDT) chegou a afirmar que o vídeo reproduzido nas redes sociais de suas falas foi editado. Em sessão plenária na semana passada, enquanto discutia sobre a área da Saúde, o parlamentar afirmou que a gestão Sarto cortou repasses para o Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio) para forçar o Governo do Estado a repassar verbas à instituição.

O parlamentar passou toda a sessão ordinária de quinta-feira (16) tentando se explicar sobre o episódio, e chegou a pedir desculpa a “alguns que interpretaram minha fala ou que ouviram parte da minha fala editada”. “Foi tudo maldate, mas eu perdoo. Vamos pra frente. Próximo ano tem eleição. Tem que ter ver quem é que tem voto”.

Ele destacou que estava discutindo na ocasião com a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) e segundo dise, pegaram sua fala, editaram “para querer me crucificar”. “Queriam até trazer o Sarto pra cá. Um gestor vir para cá porque um vereador pediu para explicar uma besteira dessa?”, questionou.

Ele voltou a explicar que caberia à Prefeitura apenas a gestão da atenção primária, ou seja, os postos de saúde, cabendo ao Governo do Estado e Governo Federal a atenção secundária e terciária. “A Prefeitura não deveria ter essa ação porque cabe a ela a atenção primária. O prefeito Sarto, humanitriamente, tem feito essa ação de ser humano, cuidador do povo. Tem tirado do dinheiro que poderia ser aplicado em outras coisas, para poder atender a atenção terciária”, disse.

Ele também atacou os críticos de suas falas, chamando alguns vereadores de “um bocado de babão querendo aparecer”“Não foi eu quem disse que o Governo do Estado não dá nada para o CRIO. A fala que eu dei é de responsabilidade minha. Depois disso aí o Sarto esteve lá para dar mais R$ 3 milhões, porque o Estado não estava dando nada. Para os que não sabem, que são analfabetos, a oncologia não é responsabilidade do Governo Municipal. O que o Sarto está fazendo aí é por amor à causa. Faz mais do que devia, porque o outro (governador Elmano) não faz nada”, atacou.

“Eu não tenho medo de nenhum vereador, porque eu estou com a verdade. Quem está dizendo é o diretor do CRIO, de que não fosse o Sarto, porque o outro não dá nada. Perdi as estribeiras e disse que cortou mesmo” – (Carlos Mesquita)