Fernando Hugo abordou o tema durante sessão plenária na Assembleia Legislativa. Foto: ALCE

Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o deputado Fernando Hugo (PSD) criticou o que chamou de “espetacularização” de ações ditas como de combate à corrupção. O parlamentar afirmou que a Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, instalada na Câmara Federal, é “lenga-lenga” de “gente que quer aparecer” e defendeu uma maior seriedade na investigações de denúncias feitas.

Ele apontou a impunidade de atos corruptos como vetor da corrupção, que ainda é presente em todos os setores da sociedade brasileira. “A Câmara dos Deputados anunciou a instalação de uma Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção. Assisto a essa ‘lenga-lenga’ há centenas de anos e vejo mais gente querendo aparecer do que mudar essa realidade. Nós precisamos é aprimorar leis que imprimam seriedade nas investigações em vez de midiatizar qualquer operação”, apontou.

Segundo ele, muitos políticos deveriam ter tido seus mandatos cassados e isso não ocorre graça aos constantes recursos que são impetrados junto à Justiça. Para ele, a medida acaba por resultar em reeleição de políticos envolvidos com casos de corrupção. Para Hugo, os constantes recursos feitos servem de estímulo para irregularidades na política.

Ainda de acordo com ele, há uma certa condescendência da Justiça ao permitir constantes recursos judiciais, que resulta na prescrição de processos e acusados sem pena pelos crimes cometidos.“Se rouba e não se paga por isso. Precisamos de uma justiça séria e, principalmente, que trabalha livre de espetacularização”.

Cláudio Pinho (PDT), por sua vez, destacou os casos em que há investigações, até com prisões, e logo em seguida o processo é interrompido, o que resulta em figuras públicas tendo sua imagem maculada com essas ações prescritas. “O pior é quando fazem a investigação, busca e apreensão, prisão de gestores, e depois o processo fica parado nas prateleiras e prescreve. Se é inocente ou culpado, não se consegue saber. Tem que ir até o final do processo”, destacou.