Roseno teve requerimento sobre o tema derrubado no Plenário no ano passado. Foto: ALCE

Anunciada na semana passada pelo governador Elmano de Freitas, a mudança de finalidade para o hoje Mausoléu Castelo Branco foi tema de discussão entre os deputados da Assembleia Legislativa. Enquanto os progressistas enalteceram e medida e parabenizaram o chefe do Poder Executivo pela atitude, membros da bancada conservadora criticaram o gestor pela alteração do espaço, que deve ser concluída até o fim do ano.

Autor de requerimento e projeto de Indicação sobre o tema, o deputado Renato Roseno (PSOL) endossou a iniciativa do governador Elmano de Freitas. No ano passado, um pedido de sua autoria, tratando sobre a discussão a respeito da mudança do local, foi rejeitado por parlamentares da base governista da então governadora Izolda Cela e bancada de oposição. Elmano de Freitas, à época líder do PT na Casa, não participou da votação.

Segundo Roseno, o governador está acolhendo uma demanda antiga de movimentos que lutam pela justiça e pela memória, e que defendem a ressignificação de um equipamento que homenageia um ditador militar. “Ninguém quer a derrubada do prédio, nós queremos a sua ressignificação, para que ele não siga como um elogio ao primeiro ditador do ciclo militar. Queremos que esse lugar, que, até agora, homenageia um torturador, sirva para que as novas gerações reconheçam a sua nova história, o que é fundamental”.

Para Fernando Hugo (PSD), a questão em torno da substituição do Mausoléu Castelo Branco precisa ser melhor debatida. “A história é a história. Não posso aceitar que se pegue o Mausoléu e se jogue fora, pois a história é feita de fatos e atos, e não se pode querer revertê-la. A história é escrita por personagens como Stalin, Fidel Castro, dentre outros”, comentou.

De Assis Diniz (PT), por outro lado, afirmou que a ditadura militar, implantada em 1964 no País, e tendo Castelo Branco como seu primeiro representante, “é a expressão mais dolorosa da história do Brasil”. Militar, Sargento Reginauro (UB) afirmou que a medida é uma “cortina de fumaça” para esconder os problemas na saúde, educação e alto preço da gasolina.

Memória

“O governador Elmano de Freitas governa para a militância. É triste. Mesmo que o governador tenha sido eleito pela maioria, ele governa para todos. O povo precisava ser questionado num momento como esse”, disse.

Dra. Silvana (PL) e Pastor Alcides (PL) corroboraram com Reginauro e celebraram a memória de Castelo Branco. Queiroz Filho (PDT) também endossou as críticas à iniciativa do governador Elmano de Freitas, afirmando que existem dificuldades maiores a serem abraçadas pela gestão estadual do que mudança de nomes de equipamentos públicos já consolidados na sociedade.