Felipe Mota defende que oposição e base se unam para sanar problemas do Estado. Foto: ALCE

Em clima de recesso,  deputados da base governista e de oposição defendem a união dos grupos antagônicos, visando a melhoria da população cearense. A ideia, lançada durante sessão plenária da Assembleia do Ceará, visa a criação de colegiado que discuta os principais problemas do Estado, a partir da Saúde.

Felipe Mota (UB) levou o tema à tribuna e criticou o que chamou de “partidarização” nos debates da Casa em relação a demandas da população. Segundo ele, a população não está interessada em discussões políticas “rasteiras”, mas debates propositivos. “Estamos agora vendo duas pessoas que eram aliados até pouco tempo, abordando o tratamento de câncer, ou seja, a dor do outro, como um troféu para um dos lados. E fica nesse debate, partidos se confrontando e não sai disso? Não dá para chegar no segundo semestre com essa situação”, disse.

“Não é hora de tratarmos de temas como a reforma tributária? Como ficará a geração de emprego e renda no nosso Estado para os próximos anos? O governador está fazendo a parte dele? Sabemos que 102 municípios estão no limite do nível de folha de pessoal, será que estamos no caminho certo mesmo? Não está tudo bem e precisamos nos debruçar sobre essas questões” – (Felipe Mota)

 

Ele convocou os demais parlamentares a montarem uma agenda estadual para tratar as diversas demandas cearenses como economia, saúde, meio ambiente, dentre outras. “Não está tudo bem e precisamos sentar, oposição e base, para trabalhar. Nosso Estado precisa gerar mais emprego e renda. Por eu ser oposição, vou ficar assistindo a tudo isso? De forma alguma. Vou fazer a minha parte e estou aqui convocando uma agenda para o nosso Estado”, defendeu. “Indignação” Osmar Baquit (PDT) concordou com Mota, mas salientou que no caso de suspensão de novos atendimentos do Crio, as críticas do presidente da Assembleia, Evandro Leitão (PDT), estão corretas. “O que o presidente Evandro falou não é sobre partidarizar. Ele lamenta a suspensão de novos atendimentos do Crio. Uma postura de indignação que é esperada de todos nós. Quantos vem do interior para cá buscando tratamento? Fechar o Crio é condenar os pacientes à morte”.

Fernando Hugo (PSD), por sua vez, propôs que a comissão de recesso, eleita nesta quinta-feira, convoque autoridades da saúde pública e dos direitos humanos do Estado para conduzir a situação. “Precisamos arregaçar as mangas, só discutindo aqui não vai adiantar nada”, salientou.