Matéria do Jornal O Globo divulgada na manhã desta terça-feira (18) sobre decisão do Presidente do PL / Imagem : Print Blog do Edison Silva

O deputado federal Yury do Paredão está a um passo de se tornar livre de qualquer amarra que tenha junto ao Partido Liberal (PL), agremiação que o deu legenda e permitiu que ele disputasse o pleito eleitoral de 2022. O presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, anunciou, em suas redes sociais, ter solicitado processo de expulsão do parlamentar do partido.

Como mostrado aqui no Blog do Edison Silva, nos últimos meses o deputado têm sinalizado uma aproximação maior dos governos do presidente Lula e do governador Elmano de Freitas e um maior distanciamento dos bolsonaristas do Partido Liberal.

Essa não é a primeira vez que o deputado federal desagrada os dirigentes do partido, no início do ano, quando Lula esteve no Ceará, ele chegou a fazer uma foto ao lado do chefe do Executivo federal, e já naquele momento foi pedido sua expulsão do partido, através do seu colega, André Fernandes (PL-CE).

Mais recentemente, em evento com ministros do Governo Federal, Yury do Paredão fez a letra “L” com a mão, o que é um sinal político de apoio à gestão de Lula. Isso gerou mais pressão por parte de bolsonaristas e culminou no pedido de expulsão do partido por parte de Valdemar.

O pedido foi comemorado por alguns, mas outros demonstraram que a medida é errada, visto que permitirá que o parlamentar ingresse em outra legenda, já que não pode perder o mandato. O líder da oposição na Câmara Federal, Carlos Jordy (PL-RJ), afirmou que a melhor alternativa seria “deixá-lo no sal: sem comissões, sem fundo e sem diretórios. Um morto-vivo no PL. E, se ele tentar sair do partido, perderá o mandato”.

Em entrevista concedida ao Jornal O Globo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, comentou sobre a situação:

  — O problema não é tirar fotos com ministros do governo. O problema é não estar alinhado com nosso partido — acrescentou o dirigente do PL ao GLOBO.

Nota divulgada na manhã desta terça-feira (18) no Jornal Estadão / Imagem : Print Blog do Edison Silva

Yury do Paredão

O deputado Federal Yury do Paredão, 34, foi eleito pela primeira vez em outubro passado. Antes de se tornar político, trabalhou como empresário e produtor na indústria fonográfica. Em 2018, Yuri do Paredão passou uma semana na prisão por atirar em um funcionário de uma fazenda no Ceará.

Em março deste ano, Yanny Brena, irmã do deputado Juazeiro Yury do Paredão, 26, foi encontrada morta ao lado do namorado, Rickson Pinto, 27. Rickson assassinou Yanni antes de se matar, segundo a polícia. “Deixei claro que meu maior objetivo agora será combater o feminicídio”, declarou na época o Deputado Federal Yury do Paredão.

Lula

Yury do Paredão provavelmente deve fazer diante de tal situação é aproveitar sua expulsão para se filiar a outra agremiação. A tendência é que o parlamentar ingresse em um partido de centro ou centro-direita alinhado com a gestão do presidente Lula. Em suas redes sociais, bolsonaristas que apoiaram o deputado no pleito eleitoral de 2022 criticam seu movimento de aproximação aos governos petistas.

Além de deputado estadual pelo PL, Yury do Paredão também é, atualmente, o presidente municipal do partido no Município do Juazeiro do Norte, e seu mandato terminaria somente no fim deste ano. O parlamentar tem evitado falar sobre o tema. Mas caso se concretize sua expulsão o Deputado poderá se filiar a outro partido e deixar de lado as comissões que participa por indicação do PL.