Ronivaldo se emocionou ao falar de promessa que não pode cumprir com a mãe e por estar de tornozeleira. Foto: CMFor

O vereador Ronivaldo Maia (sem partido) confessou, durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Fortaleza, que ainda frequenta as plenárias da Casa utilizando tornozeleira eletrônica, por decisão da Justiça. Ele chegou a ser detido durante dois meses por suspeita de tentativa de feminicídio e foi expulso do Partido dos Trabalhadores (PT).

Recentemente,  a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará determinou que o parlamentar responderá pelo delito de lesão corporal e não por tentativa de feminicídio. O parlamentar procurou não falar sobre o assunto na tribuna do Plenário Fausto Arruda, mas destacou fazer uso do equipamento de monitoramento eletrônico e que chegou a ser impedido de realizar alguns atos, como pagar um promessa feita por sua mãe em outro Município.

“Muitos precisam não apenas saber da verdade, mas saber quando um erro ou injustiça se propaga. Eu, jamais me calaria diante de uma injustiça. Não tenho vergonha de dizer que ainda hoje… Fico feliz porque  finalmente, acho que o Poder Judiciário vai mandar tirar a tornozeleira do meu pé. Ainda hoje estou de tornozeleira. Muitos talvez não saibam”, disse o parlamentar.

Ronivaldo ainda questionou o período em que ficou preso, já que não aconteceu o que, segundo ele, foi propagado pela opinião pública. “Por que que ainda hoje estou de tornozeleira?  O que mais me envergonhou foi eu não poder ter ido pagar uma promessa com minha mãe. Não posso sair, porque tenho que me recolher. Isso me limitava e me abatia. Eu não sou só vereador, sou professor. Sempre dei aula. Toda vez que pedi a retirada dessa tornozeleira, foi negado. Ainda hoje uso tornozeleira, venho para a sessão de tornozeleira. Estou de tornozeleira”, afirmou.

Para ele, a decisão judicial  corrigiu uma injustiça. “Por isso não se deve calar diante de nenhuma injustiça. Nunca”. Presidente da sessão, o vereador Paulo Martins (PDT) se posicionou em solidariedade ao colega. Disse que por ser uma pessoa pública, o vereador era mais cobrado da sociedade, assim como a Casa Legislativa.

“Todo cidadão tem direito ao contraditório, a ampla defesa. Vossa excelência tenha seu tempo devido para apresentar sua versão. Existe um processo em curso e vossa excelência teve sua vitória”, destacou Martins.