Avaliação das Casas Legislativas pelo Índice de Transparência e Governança Pública de acordo com as unidades federativas brasileiras. Foto: Reprodução/ Transparência Internacional Brasil

Na última quinta-feira (25), foi divulgado pelo portal Transparência Internacional Brasil o Índice de Transparência e Governança Pública que avalia as 27 Casas Legislativas Brasileiras.

As Casas Legislativas são os espaços onde os deputados estaduais ou distritais debatem e criam leis, fiscalizam as atividades do Executivo e representam os interesses dos cidadãos do estado. Mas para que esse papel seja cumprido de forma efetiva, é fundamental que haja transparência.

Índice de Transparência e Governança Pública, publicado ontem (25) pela Transparência Internacional – Brasil, apresenta um panorama da transparência das 26 Assembleias Legislativas estaduais e da Casa Legislativa do Distrito Federal. O índice é composto por 62 indicadores que mediram mecanismos e práticas de transparência, de prevenção e combate à corrupção e de incentivo à participação popular.

Classificação das Casas Legislativas avaliadas no Índice de Transparência e Governança Pública por UF (2023). Foto: Reprodução/ Transparência Internacional Brasil

Ao final, os entes avaliados receberam uma nota entre 0 e 100 pontos e foram classificados em formato de ranking. De acordo com a nota obtida, o nível de transparência da Casa Legislativa foi avaliado como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.

Resultados

O Índice de Transparência e Governança Pública aponta que os maiores desafios para assegurar transparência e participação social se concentram em aspectos sobre Legislação, como a existência e a regulamentação de leis e normas sobre temas que amparam a transparência, como lobby, proteção a denunciantes, dados abertos e proteção de dados pessoais. Dez estados zeraram a pontuação em todos os itens dessa dimensão (Rio Grande do SulParanáSão PauloRondôniaSanta CatarinaSergipeAmazonasRio de JaneiroPiauí e Acre).

Um dos casos mais alarmantes levantados pelo Índice de Transparência e Governança Pública está relacionado à criação de normas para regulamentar as atividades de lobby: nenhuma das 27 Casas Legislativas possui regras para a divulgação de reuniões ou interações de agentes públicos com grupos de interesse.

Por outro lado, o Índice de Transparência e Governança Pública identificou que a maior parte das Assembleias Legislativas regulamentou a Lei de Acesso à Informação (16 delas), possui portais da transparência (25), e divulga informações sobre suas comissões (26). Boa parte das assembleias também transmite suas sessões do plenário online (17) e todas divulgam os contatos dos parlamentares das legislaturas atuais (27).

Esses aspectos positivos, no entanto, são iniciais e representam apenas as etapas mais elementares para a garantia da transparência no Poder Legislativo brasileiro.

Detalhes 

  • Apenas quatro das 27 Casas Legislativas estaduais avaliadas pelo índice foram classificadas com um nível de transparência considerado “bom”: Distrito Federal (com 75 pontos), Espírito Santo (71), Minas Gerais (69,8) e Ceará (60,8).
  • Nenhuma Assembleia Legislativa obteve a classificação “ótimo”.
  • Doze Assembleias Legislativas foram classificadas como “regular”, oito como “ruim” e três como “péssimo”.
  • A maioria das Casas Legislativas falhou em informar sobre salários de funcionários e deputados, viagens oficiais, presença em plenário e agenda dos presidentes.
  • Nenhuma das 27 Casas Legislativas possui regras sobre lobby.

O Índice de Transparência e Governança Pública foi publicado pela primeira vez em julho de 2022, com a avaliação dos níveis de transparência dos Executivos estaduais e distrital de todo o país.

Também em 2022, foi publicada a primeira avaliação de cerca de 200 prefeituras brasileiras, feita por organizações parceiras da Transparência Internacional – Brasil, que receberam suporte para aplicar uma variação da metodologia estadual. Em 2023 será publicada uma segunda rodada desta avaliação.

A regularidade da publicação busca incentivar a elevação contínua de padrões e oferecer um mecanismo permanente de monitoramento e promoção da transparência e da boa governança na administração pública.

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