Pedetistas na chegada ao aeroporto de São Benedito/CE para o encontro regional da legenda. Foto: Reprodução/Instagram.
Está no site do Diário do Nordeste, da última terça-feira (11) que o senador Cid Gomes, em reunião com correligionários seus do PDT, deputados federais e estaduais, disse ter sido acordado que a governadora Izolda Cela seria a candidata do grupo liderado pelo PDT e PT à sua própria sucessão. O profissional que assinou a matéria merece todo o nosso respeito, mas pode ter sido induzido a um equívoco, por uma fonte inescrupulosa que ele achava ser idônea. Cid, até onde os cearenses o conhecem, é uma pessoa respeitadora, não cometeria tamanha grosseria com amigos e correligionários como a governadora, o deputado estadual Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa, o deputado federal Mauro Filho, um dos economistas respeitados nacionalmente, e Roberto Cláudio, um dos citados por ele, em diversas oportunidades, como o pedetista mais preparado para ser candidato do partido ao Governo do Estado do Ceará.
Ora, só para efeito de argumentação, se não fosse uma pessoa de bom trato, faltaria sustentação verídica para a declaração que teria sido feita pelo senador, da existência de um acordo para Izolda ser a candidata a governadora do PDT, pois o próprio Cid, em mais de uma oportunidade, reuniu correligionários no Interior do Estado, apresentando Izolda, Evandro, Mauro e Roberto Cláudio, como os nomes que o partido apresentava aos seus filiados como pretensos candidatos a governador. A ideia era familiarizá-los e proporcionar aos filiados do PDT, escolher aquele que considerassem o melhor nome para enfrentar o adversário, naquela época o deputado federal Capitão Wagner, era o único candidato à sucessão estadual, devidamente reconhecido. Se havia o tal acordo, Cid estava traindo sua biografia e não passava de um embusteiro, o que ele não o é.
E mais, verdade fosse a afirmação, na mesma laia estariam a governadora Izolda Cela, o ex-governador Camilo Santana e Ciro Gomes, o responsável por acelerar o processo de escolha do candidato do PDT ao Governo do Estado. Izolda, que deveria saber do acordo, se ele existisse, estaria participando dos encontros com liderados no Interior, enganando a todos. Ela, jamais participaria dessa farsa. Camilo, idem. Ademais, os outros, se acordo houvesse, não teriam se exposto como fizeram. Roberto Cláudio, quando questionado sobre suas andanças, isoladamente, buscando apoios no Interior, disse ter conversado, sobre esse projeto das visitas às lideranças do Interior, tanto com Cid Gomes quanto com Camilo, ainda como governador. Nenhum dos dois contestou essa afirmação de Roberto. Houvesse o acordo para Izolda ser a candidata, Cid ou Camilo, como pessoas respeitáveis, não poderiam silenciar naquele momento em que eram informados da caminhada de Roberto, tanto por dever de lealdade ao correligionário, como por ser uma questão de honestidade.
A cada dia fica mais difícil de se levar informação correta aos leitores, ouvintes e telespectadores. Os políticos, ressalte-se a existência de exceções, agem de má fé até nas suas relações com os comunicadores. Infelizmente, é preciso que chequemos uma informação com várias pessoas idôneas para termos a certeza de não estarmos publicando notícias falsas. É comum políticos aproximarem-se de jornalistas para gozarem de um certo privilégio ao serem citados por ele, dar notícias falsas que geram manchetes, mas acabam desacreditando os profissionais. Lamentavelmente, os profissionais da comunicação, e aqui também há exceções, não têm coragem de desmascarar esses falseadores da verdade.
Se houvesse acordo para Izolda Cela ser a candidata do PDT com o apoio do PT ao Governo do Estado, ela teria sido. Nenhum liderado do PDT, nem o Ciro Gomes, teria coragem de manifestar contrariedade. E no PT, pouquissímos poderiam contestar. Essa narrativa não tem sustentação, assim como não é verdade que Camilo tinha a Izolda como sua candidata, pois se verdade fosse ele teria ficado no Governo do Estado, como Cid Gomes o fez para elegê-lo, contrariando quase todos os pedetistas e aliados da época.
