Senador Cid Gomes fala em um dos encontros regionais do PDT, com as presenças dos pré-candidatos do partido ao Governo do Estado

Ciro Gomes saiu do encontro com os pretensos candidatos ao Governo do Ceará pelo PDT (Izolda Cela, Evandro Leitão, Mauro Filho e Roberto Cláudio), na última terça-feira (28), para conversar com lideranças de dois importantes partidos aliados, Domingos Filho (PSD) e Zezinho Albuquerque (PP), sobre o deslanchar do processo de escolha do nome para realmente disputar a sucessão estadual. Ele delegou a conversa com o PT, o principal aliado, ao presidente estadual do seu partido, deputado André Figueiredo. E este, de fato, cumpriu a missão ao encontrar-se com o deputado José Guimarães. Ambos registraram publicamente a cordialidade do encontro na mesma terça-feira.

Ciro, porém, acabou adiando a conversa com Domingos Filho para o dia seguinte, tendo sido justificado o adiamento ao próprio Domingos. O fato de não ter sido o senador Cid Gomes quem comandou a reunião com os pedetistas motivou uma série de outras especulações sobre a escolha do nome do PDT para disputar a sucessão estadual. Cid guarda repouso, em casa, por recomendação médica, dizem alguns dos mais próximos a ele, evitando até as ligações telefônicas para não ensejar mais especulações, inclusive sobre desentendimento entre ele e Ciro por conta do curso do processo de escolha do candidato do PDT e a manutenção da aliança com o PT.

O estilo Ciro é bem diferente do de Cid. Por isso, a conversa dele com os liderados foi direta e nada diferente do que já anunciara: que as pesquisas decidirão quem melhor estará preparado para disputar o Governo. A conversa com os aliados, sobretudo as posteriores aos resultados da pesquisa, será apenas de justificativa da escolha, nada como imaginam e propagam alguns de que eles opinarão sobre a escolha unicamente do PDT. A propósito, quem pensa assim, já faz até as contas do resultado dessa hipotética escolha, quando aponta o partido tal e qual defendendo um e outro nome dos candidatos. O PDT não mudará o candidato que escolher com base nos seus critérios, por essa ou outra manifestação de aliados.

É curto, muito curto até, o espaço para uma conversa de Ciro com o PT sobre a sucessão estadual, por isso é provável que esperem a recuperação de Cid para cuidar dessa parte. Com Domingos Filho, Ciro não conversa, tem algum tempo. No último encontro que tiverem para tratar de política, quando de uma disputada eleição para a presidência da Assembleia, onde ambos defendiam candidatos diferentes (Ciro apoiava Zezinho e Domingos queria ajudar eleger Sérgio Aguiar), Ciro saiu da casa de Domingos rompido, e, a partir desse desentendimento político, foi extinto o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) presidido, à época, por Domingos Filho.

O PT cearense tem um encontro programado para o próximo sábado (02) com a finalidade de ratificar ou não a decisão anterior do partido de continuar com a coligação com o PDT, tendo o ex-governador Camilo Santana na chapa majoritária para disputar a vaga de senador da República. A tendência, admitem alguns, é que os petistas confirmem a decisão anterior, embora possam ser feitas algumas restrições, não apenas ao nome do candidato a governador, e também pode decidir o partido a fazer uma nova tentativa de conquistar a vaga de vice-governador, posto hoje almejado pelo PSD para o próprio presidente do partido, Domingos Filho, que já ocupou o cargo no segundo mandato do governador  Cid Gomes. Não será fácil ter o PT a garantia desse lugar, embora o nome de Domingos sofra algumas restrições para ser o vice.

Assista ao comentário do jornalista Edison Silva: