Vereador Guilherme Sampaio afirmou que Fortaleza pode perder mais de R$ 300 milhões até o fim do ano. Foto: CMFor

A aprovação de projeto de autoria do deputado cearense Danilo Forte (UB), e que versa sobre a de redução de ICMS para alguns produtos, em âmbito nacional, gerou embates entre vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza. De acordo com os críticos da matéria, o Estado do Ceará pode perder até R$ 1,2 bilhão em arrecadação, enquanto que a Capital pode ter um prejuízo de mais de R$ 300 milhões somente até o fim do ano.

Para o vereador Pedro França (Cidadania) não há qualquer político que seja contra a redução do preço dos combustíveis, ainda mais durante o período de crise em que o Brasil está passando. No entanto, ele ressalta que o que está sendo discutido tem apenas interesse político e eleitoral. “Estão votando em ano de eleição para se aproveitar como salvador da pátria e isso está errado”, apontou o parlamentar.

O petista Guilherme Sampaio (PT) afirmou que Fortaleza perderá cerca de R$ 333 milhões até o fim deste ano, caso a Lei passe a vigorar, o que segundo disse, será prejuízo para investimentos na construção de creches e contratação de médicos, por exemplo. Ele também defendeu a tese do presidenciável Ciro Gomes (PDT) de que é a política de preços da Petrobrás e não os impostos. “O presidente golpista, enganador, quer botar a culpa nos governadores. Ainda tem a petulância de propor projeto que só vale até as eleições. É muita cara de pau”, disparou.

Outros parlamentares também se posicionaram sobre a medida ainda discutida no Congresso Nacional. De acordo com Lúcio Bruno (PDT), no período das eleições, em outubro próximo, o preço dos combustíveis será o mesmo aplicado atualmente.  “Se não mudar a política de preço da Petrobras, a gente está enxugando gelo”, disse. A vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) afirmou que o presidente da República está tirando o foco dos problemas maiores do País e “enganando as pessoas apenas por interesses eleitoreiros”.

Sargento Reginauro (UB), por sua vez, criticou os senadores cearenses Cid Gomes (PDT) e Tasso Jereissati (PSB) que não votaram na matéria e parabenizou Eduardo Girão (Podemos) por ter se posicionado favorável à matéria. “Eu aprendi na política que é preciso ter posicionamentos claros. O que houve? Medo da opinião pública? Cadê o posicionamento desses homens?”, questionou.

ICMS

Em resposta, Gardel Rolim (PDT) afirmou que a bancada do PDT foi a que mais garantiu votos favoráveis à proposta do ICMS. Ele, porém, questionou a postura do colega em cobrar posicionamento de senadores e deputados federais. Citou ainda que tem vereador na Casa que, por mais de uma vez, mesmo estando presente no plenário da Casa, se absteve de votar.

“Está nos dando uma legitimidade para cobrar a postura de cada deputado, cada vereador, cada senador. Por exemplo, tem senador que está no Senado e quer discutir extraterrestres, que vai questionar quem vende sanduíche caro para saber o tipo de carne que está vendendo”, ironizou.

Assista às explicações de Guilherme Sampaio: