Principal nome de oposição no Ceará, Wagner tem boa parte de seu eleitorado alinhado às pautas bolsonaristas. Foto: Reprodução/Instagram.

Principal nome de oposição na disputa deste ano no Ceará, o deputado federal Capitão Wagner (PROS), pretenso candidato ao Governo do Estado, tem um impasse interno entre seus aliados e eleitores que precisa ser sanado. Isso porque boa parte do eleitorado do parlamentar é alinhada ao bolsonarismo, defensores das pautas do presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, pesquisas internas mostram que atrelar a imagem de postulante ao Palácio da Abolição ao chefe do Poder Executivo nacional mais atrapalha do que ajuda durante a corrida eleitoral de 2022.

Capitão Wagner já foi orientado por alguns de seus correligionários a manter uma distância estratégica do presidente Jair Bolsonaro e assim ele tem feito, evitando fechar questão com as pautas bolsonaristas.

Na audiência pública que ocorreu na Câmara Municipal de Fortaleza contra o “passaporte de vacinação”, em que a vereadora Priscila Costa (PSC) confirmou a presença do aliado, Wagner preferiu não comparecer, para evitar qualquer ligação com aqueles que são chamados de negacionistas.

Alguns aliados de Capitão Wagner são os bolsonaristas mais ferrenhos do Estado, como o deputado André Fernandes (PL), deputado Delegado Cavalcante (PTB), vereador Carmelo Neto (Republicanos), deputada Dra. Silvana (PL), deputado Dr. Jaziel (PL) e a própria Priscila Costa (PSC).

Alguns deles, porém, compreendem que, para tentar atrair o maior número de eleitores, o pretenso postulante precisa se distanciar de pautas polêmicas, defendidas por Bolsonaro. Até porque no Ceará a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é muito forte, inclusive, figurando entre a preferência dos cearenses.

No pleito de 2020, Wagner também tentou esconder o apoio publicado por Jair Bolsonaro a ele na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, quando o deputado federal foi derrotado no segundo turno pelo pedetista José Sarto. Na ocasião, o presidente da República havia rompido com o deputado federal Heitor Freire (PSL), também postulante à disputa daquele ano na Capital cearense, e confirmou apoio a Wagner.

Para 2022, com um Bolsonaro cada vez mais desgastado, tanto pelo comportamento na condução da pandemia do novo coronavírus quanto em relação à economia, que não demonstra sinais de recuperação, Capitão Wagner vai buscar um distanciamento do presidente e de suas polêmicas.

O parlamentar se prepara para comandar o União Brasil no Ceará, partido que será comandado em nível nacional por Luciano Bivar, que na semana passada esteve na festa do ex-bolsonarista Julian Lemos, ao lado de Heitor Freire e do ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro (Podemos), que também busca se fortalecer para a disputa presidencial deste ano.