Sessão ordinária no Plenário da Assembleia Legislativa do Ceará. Foto: Reprodução/Blog do Edison Silva.

O ambiente de tensão no plenário da Assembleia Legislativa cearense nesta quinta-feira (16) acabou motivando o esvaziamento do plenário pouco tempo depois de iniciada a sessão.

Deputados governistas e da oposição estavam com seus discursos prontos sobre o episódio da busca e apreensão de policiais federais nas residências do senador Cid Gomes e do presidenciável Ciro Gomes.

O deputado Romeu Aldigueri (PDT) chegou a condenar a ação policial e enaltecer as qualidades dos irmãos Ciro e Cid Gomes, mas logo em seguida o deputado Delegado Cavalcante foi à tribuna e não só defendeu a ação da Polícia Federal como acusou a todos os seus colegas governistas de pactuarem com ilegalidades.

Isso foi o suficiente para os pedetistas reagirem e reclamarem o direito de resposta contra o pronunciamento de Cavalcante.

A deputada Erika Amorim (PSD), que presidia a sessão, concedeu o direito reclamado a Osmar Baquit e Cavalcante, aos gritos, protestou e o clima ficou tenso, obrigando a que o presidente da Assembleia, Evandro Leitão, fosse ao plenário, assumisse o comando da sessão, e fizesse algumas admoestações, inclusive, com ameaça de não mais tolerar os posicionamentos do deputado Delegado Cavalcante.

Veja a fala do presidente Evandro Leitão tentando por ordem na sessão:

 

Presidente Evandro também disse que não vai tolerar desrespeito no Parlamento:

Mesmo assim o clima continuou tenso e a solução foi a base governista providenciar o esvaziamento do plenário, denunciado pelo deputado Soldado Noélio. Depois de verificado o quórum, ficou constatado que apenas 14 deputados estavam com presenças registradas, após a saída de vários outros.

Antes, apenas dois pronunciamentos aconteceram sem tratar da questão envolvendo a Polícia Federal e os irmãos Ciro e Cid Gomes.

O primeiro foi do deputado Carlos Felipe (PCdoB), prestando contas da sua atuação neste ano e pedindo, ao final, que o governador Camilo Santana tratasse melhor os servidores estaduais.

O segundo foi do deputado Sérgio Aguiar (PDT) falando do Produto Interno Bruto (PIB) cearense. Segundo Aguiar, no terceiro trimestre deste ano houve um avanço de 4,78%, em relação ao mesmo período do ano passado. Os números são do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que registram também crescimento da indústria cearense em 8,45%, o que justifica o resultado. “O Ceará registra esse crescimento mesmo em um período tão difícil que atravessamos. Esses dados mostram o crescimento da indústria, aquecimento dos serviços, fortalecimento da economia, e o mais importante, gerando emprego e renda para os cearenses”, disse.

Ao comparar com o trimestre anterior de 2021, o deputado afirmou que o crescimento no Estado foi de 3,25%, resultado bem superior ao do Brasil, que recuou -0,1%. Os destaques são os setores de Indústria (5,04%) e Serviços (1,34%). Ele lembrou que, assim como a empresa Amazon, que instalou centro de distribuição na Região Metropolitana de Fortaleza, outras grandes empresas devem abrir e ampliar estruturas semelhantes a partir do próximo ano, assim como a expansão de cabos marítimos.

Carlos Felipe (PCdoB) também destacou a importância do crescimento econômico do Ceará, visto a geração de emprego e renda que acarreta. Para ele, porém, é possível aumentar o desempenho se comparada a população com a participação cearense no PIB nacional. “O Ceará possui cerca de 4% da população do Brasil, frente a uma participação no PIB de 2%. Podemos melhorar. E devemos, além disso, reduzir as desigualdades sociais que se acentuaram nos últimos anos. É necessário avançar ainda mais também no campo social”, observou.