Mayra é secretária de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde. Foto: Reprodução/TV Senado.

O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, falou nesta terça-feira (15) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o envio feito pelo Governo Federal de 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina ao estado depois de uma visita da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação, Mayra Pinheiro, no dia 4 de janeiro.

Campêlo disse que a remessa foi realizada para tratamento da Covid-19. A solicitação, segundo ele, foi feita porque os estoques do remédio estavam “zerados”, e pelo fato de ele ser utilizado também no tratamento de outras patologias, como a malária.

Medidas

Ao responder sobre as medidas tomadas pelo Governo Federal para auxiliar o estado a debelar a crise gerada pelo desabastecimento de oxigênio na rede hospitalar, Marcellus Campêlo contou que em 10 de janeiro a secretária Mayra Pinheiro esteve em Manaus para o lançamento do TrateCov. O aplicativo, que acabou tirado do ar – segundo o Ministério da Saúde, porque sofreu uma extração indevida de dados por um jornalista -, tinha como objetivo auxiliar médicos na prescrição “do tratamento precoce” para a Covid-19, com base em sintomas relatados por pacientes.

Indagado pelo vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre se era adequado realizar um evento sobre o tema em um momento em que Manaus estava no auge da crise sem oxigênio, Campêlo disse que na ocasião não sabia do que se tratava. “Nós nem sabíamos do que se tratava, eles iriam explicar o que era”, afirmou.

Segundo o ex-gestor, Mayra apresentou à Secretaria de Saúde do Amazonas várias teses sobre o tratamento. “Ela [Mayra Pinheiro] falava dos medicamentos para esse tratamento, apresentando 150 teses a respeito deste tema. Ela recomendou que fizesse, que adotasse essa sistemática, mas que iria trabalhar a atenção primária”, afirmou.

Histórico

Marcellus Campêlo inaugura a fase de depoimentos de gestores estaduais à CPI. Investigado pela Polícia Federal por supostas fraudes na contratação de hospitais de campanha e uso de verbas federais, ele comandou a saúde do estado do Amazonas até o último dia 7 de junho, quando pediu exoneração do cargo após ser preso na Operação Sangria.

A primeira autoridade convocada da esfera estadual foi o governador do Amazonas, Wilson Lima. Às vésperas do dia marcado para o depoimento, na semana passada, o político conseguiu um habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o liberou da obrigação.

Fonte: Agência Brasil.

Veja trecho da participação do secretário Marcellus Campêlo na CPI: