”Entendo não ser necessário que eu tenha acesso prévio à prova. Se houver desconfiança da sociedade de que o ministro de Estado não pode ter acesso a informações sigilosas a respeito da pasta, esse ministro não pode mais sentar na cadeira”, destacou Milton Ribeiro.  Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta quarta-feira (9) que não pretende ter acesso antecipado às provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Na semana passada, durante entrevista a um veículo de comunicação, Ribeiro disse que queria ter acesso à prova para, segundo ele, evitar questões ideológicas”.

O exame está marcado para ocorrer nbos dias 21 e 28 de novembro. O período de inscrição começa em 30 de junho e vai até 14 de julho.

A afirmação gerou críticas ao ministro. Hoje (9), durante participação em uma reunião da Comissão de Educação da Câmara Federal, o ministro abordou o assunto e disse que, na entrevista, manifestou apenas ”a vontade de garantir que a prova do Enem seja técnica” e negou que estivesse tentando interferir no exame.

Criado em 1998, o Enem é elaborado por uma comissão técnica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e mantido sob sigilo. O Ministério da Educação (MEC) e, consequentemente, o ministro não têm acesso prévio à prova. Entretanto, não há impedimento legal para o titular de pasta acessar o exame previamente.

”Entendo não ser necessário que eu tenha acesso prévio à prova. Se houver desconfiança da sociedade de que o ministro de Estado não pode ter acesso a informações sigilosas a respeito da pasta, esse ministro não pode mais sentar na cadeira. Mas, considerando a lisura e o ambiente em que vivemos, eu abri mão de participar e de sequer conhecer previamente as questões”, afirmou.

Durante entrevista à CNN Brasil, na semana passada, o ministro citou questões de edições anteriores do Enem que tratavam sobre a diferença salarial entre os jogadores de futebol Neymar e Marta, além de outra que aborda termos relacionados a dialeto de gays e travestis. Hoje, durante reunião da Comissão de Educação, o Ribeiro disse que as questões do Enem não devem ter este tipo de abordagem, que ele classificou como ”ideológica”.

”Prova do Enem não é um certame que vai avaliar qual a visão que o aluno tem do mundo e da economia. Não é esse o sentido. Para mim, a prova do Enem deve buscar avaliar o conhecimento que o aluno tem e a condição que ele tem diante dos outros candidatos para que ele possa acessar o ensino superior”, defendeu. ”Todos nós temos ideologia. Meu maior problema e maior dificuldade é quando alguém quer impor a sua ideologia”, acrescentou.

Isenção de Taxa 

O Inep divulgou hoje (9) os resultados preliminares dos pedidos de isenção da taxa de inscrição do Enem 2021. Também foram divulgadas as decisões sobre justificativas de ausência apresentadas por candidatos que, em 2020, foram liberados de pagar a taxa de inscrição para fazer o exame e não participaram dos dois dias de prova.

A divulgação dos resultados está prevista em edital do Inep do divulgado no dia 30 de abril. O edital estabelece a data, mas não estipula um horário.

Os participantes isentos de pagamento de inscrição em 2020, que faltaram às provas no ano passado, e que ou não apresentaram justificativa de ausência, ou tiveram seus argumentos recusados, não poderão voltar a pedir liberação da taxa este ano. E, da mesma forma que os demais estudantes cujos pedidos de isenção forem negados, terão que pagar R$ 85.

Para consultar os resultados, os participantes devem acessar o endereço, com a senha de acesso pessoal cadastrada anteriormente. Será possível recorrer da decisão preliminar do Inep entre os dias 14 e 18 deste mês. O resultado será divulgado no dia 25 de Junho.

Fonte: Agência Brasil