O prefeito é investigado pelo esquema conhecido como “QG da propina”. Foto: Reprodução

A nove dias para terminar o mandato, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso na manhã desta terça-feira (22), em uma ação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que investiga um esquema conhecido como “QG da propina”, com corrupção dentro da prefeitura.

Além de Crivella, foram presos também o empresário Rafael Alves, o ex-tesoureiro da campanha de Crivella Mauro Macedo, o delegado aposentado Fernando Moraes, além dos empresários Adenor Gonçalves dos Santos e Cristiano Stockler Campos, da área de seguros.

O prefeito do Rio chegou à Cidade da Polícia por volta das 6h30. Em declarações feitas à imprensa, antes de entrar na Delegacia Fazendária, o prefeito disse ser vítima de perseguição política, declarou que, em seu governo, combateu a corrupção e afirmou querer justiça.

Em nota, o MPRJ confirmou que cumpriu mandados de prisão contra suspeitos de integrar de um esquema ilegal que atuava na prefeitura do Rio. ”Em razão do sigilo decretado pela Justiça, não podem ser fornecidas outras informações”, disse a nota.

O presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Jorge Felippe (DEM), irá assumir interinamente a Prefeitura. A sucessão natural seria com o vice-prefeito, Mac Dowell, também eleito em 2016, no entanto, ele morreu dois anos depois, em maio de 2018.

Em nota, o MP afirmou que “em razão do sigilo decretado pela Justiça, não podem ser fornecidas outras informações”. Com isso, a decisão não foi divulgada.

O inquérito que levou à operação foi aberto em 2019 pelo MP após o doleiro Sérgio Mizrahy firmar acordo de colaboração premiada. Ele declarou que há um “QG da propina” na Prefeitura do Rio, embora tenha dito não saber se Crivella integrava o suposto grupo.

De acordo com o delator, empresas que tinham interesse em celebrar contratos com o poder público entregavam cheques a Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves, então presidente da Riotur — ele foi exonerado do cargo em 25 de março. Como contrapartida, ele intermediava os acordos e pagamentos.

Com base na delação de Mizrahy, o Ministério Público e a Polícia Civil cumpriram, em setembro, mandados de busca e apreensão na Prefeitura do Rio de Janeiro, na casa do prefeito Marcelo Crivella e no Palácio da Cidade, onde ele trabalha. Na operação, agentes apreenderam um telefone celular do prefeito.

Fonte: Agência Brasil e Conjur