Governador Camilo Santana está presencialmente afastado da disputa em Fortaleza. Fotos: Reprodução/Instagram.

A candidata Luizianne Lins (PT), em razão dos números apresentados na última terça-feira (03) pelo Ibope, na pesquisa contratada pela Televisão Verdes Mares, passa a ser a adversária principal dos candidatos Sarto (PDT) e Capitão Wagner (PROS), com ela empatados tecnicamente (Sarto tem 29% das intenções de votos, Wagner com 27% e Luizianne registra 24%), tendo em vista ser a margem de erro estabelecida pelo Ibope de 3 pontos percentuais para mais ou para menos dos apresentados. Embora na simulação de segundo turno seja mais fácil Sarto vencer Luizianne que a Wagner, por conveniência política, porém, deverá haver um maior esforço dos governistas para evitar a chegada dela até lá.

No momento, fora o esforço pessoal do candidato e seu vice, só o prefeito Roberto Cláudio (PDT) fez levar a campanha de Sarto e Élcio Batista ao ápice da disputa. O governador Camilo Santana (PT), por não ter conseguido demover o seu partido da indicação de Luizianne como candidata, ficou impossibilitado de contribuir, explícita e presencialmente, para o sucesso da campanha de Sarto, cujo companheiro de chapa foi indicado pelo próprio Camilo. Presidente da República, governadores e prefeitos, assim como os demais políticos influentes, só podem participar de campanhas dos seus próprios correligionários, ou, no caso de coligações, de postulantes de outras agremiações coligadas com os seus partidos. Em Fortaleza, apesar de todos os esforços do próprio governador, o seu PT é adversário do PDT de seus amigos do coração.

Camilo só poderá ajudar numa possível vitória de Sarto, no caso concreto, se este tiver como adversário o Capitão Wagner. No caso de Luizianne ir para o segundo turno com Sarto, o governador ele terá que continuar recluso, fora da disputa na Capital cearense, o que não deve interessar a ele, e, nem tampouco aos seus principais aliados, o prefeito Roberto Cláudio, o senador Cid Gomes e o ex-ministro Ciro Gomes. E pior, continuando filiado ao PT, Luizianne explorará, na plenitude, tanto a imagem pessoal como os feitos político e administrativos do governador, sem que ele possa impedí-la. É por essas razões, além de outras, que a candidata petista tornou-se, não apenas a adversária comum, mas a principal de Sarto e Wagner.

Wagner, pelos indicativos das últimas pesquisas, está numa situação deveras difícil. Diferentemente de antes, quando essas mesmas pesquisas davam-lhe um certo conforto, as indicações de intenções de votos do eleitorado de Fortaleza, agora, levam-no para o ambiente da intranquilidade. Perder a primeira posição que ostentava desde o início da campanha para o terceiro colocado de então, mostra, claramente, ter chegado ao limite no momento crucial, os últimos dias da campanha, com um outro candidato imediatamente próximo a si, com perspectivas de alcançá-lo, e, como tem intenções de votos solidificadas, pode até deixá-lo fora do segundo turno.

O quadro atual, mostrado pela pesquisa do Ibope que tirou Wagner da liderança da disputa, óbvio que não é o definitivo. Faltando 10 dias para a votação, qualquer fato extraordinário na campanha pode alterar essa realidade. Nenhum dos três candidatos, embora alguns fatores possam favorecer Sarto, inclusive por ter uma grande e organizada estrutura de campanha, está tranquilo quanto ao resultado final que o coloque no segundo turno. Por isso, todos redobrarão os seus esforços na busca do convencimento de eleitores e, claro, o novo estilo de campanha pode resultar em alguma alteração favorável ao projeto defendido, lembrando ser a opção dos governistas ter Wagner e não Luizianne no segundo turno.

Jornalista Edison Silva comenta a posição dos três primeiros colocados na disputa pela Prefeitura de Fortaleza apresenta pelas pesquisas de opinião: