Foto: Facebook/PMC.

Na eleição de 2016, o prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (naquela época filiado ao PMB), aliou-se ao PTB do grupo político liderado pelo ex-deputado federal, e também ex-prefeito daquele município, Zé Gerardo Arruda, tendo como vice Lívia Arruda, filha de Zé Gerardo. A coligação era grande e incluía até o então PMDB, de onde o Zé tinha sido defenestrado logo depois de ter perdido o mandato de deputado federal, em razão de condenação do Supremo Tribunal Federal (STF). Durou pouco a aliança vitoriosa em 2016. Os interesses políticos convenientes para vencer a eleição revelaram-se, imediatamente após a posse, contrários aos objetivos de servir, evidenciando a ganância do servirem-se com cada um querendo uma parte grande do bolo.

Foram praticamente três anos de afastamento do prefeito Naumi de sua vice, Lívia, a filha do Zé. E este, mesmo correndo o risco de não ter direito de registrar sua candidatura, por ainda estar purgando pelos crimes de que foi acusado e teve o mandato de deputado federal cassado, mas com o objetivo de ajudar a derrotar Naumi, até a última terça-feira (13) adversário, lançou-se candidato a prefeito com a mulher Inês, também ex-prefeita de Caucaia, como vice. Na noite desta terça-feira (13), surpreendentemente, Naumi e Zé Gerardo aparecem juntos, ao lado de Domingos Filho, presidente estadual do PSD, agremiação a que Naumi está filiado hoje, para [Domingos] fazer o anúncio oficial da desistência da candidatura do Zé, para apoiar o Naumi.

Os dois ainda hoje não explicaram as razões do rompimento da aliança que fizeram em 2016. E dificilmente poderão, com a seriedade que a questão reclama. E muito pouco poderão explicar as razões que os fizeram voltar a ser aliados. A política séria também pode ser feita com entendimento entre as lideranças de partidos diferentes, e pode ser explicada. A do interesse pessoal, quase sempre dilapidadora do patrimônio público, é inexplicável. O MDB ainda pode ter um candidato a prefeito de Caucaia. A renúncia do Zé permite ao partido indicar um outro nome. Mas a agremiação não tem um filiado em condições de competitividade para apresentar.

Lamentavelmente o MDB está a cada dia ficando menor no Ceará. Foi grande quando da primeira eleição para governador de Tasso Jereissati. Era bem pequeno antes, mas tinha bons quadros até quando presidido por Mauro Benevides e Juraci Magalhães. Nas eleições deste ano, por limitação de filiados, não disputa Prefeitura em nenhum dos maiores municípios do Estado, a partir de Fortaleza. Apesar do discurso demagógico e enganador de falar em nomes para concorrer ao Executivo da Capital, teve que apoiar a candidatura de Heitor Férrer, um filiado do Solidariedade. Sequer tem uma chapa competitiva para eleger vereadores em Fortaleza, onde Juraci Magalhães dominou por certo tempo.

A ameaça do vereador Casimiro Neto, único representante do MDB na Câmara Municipal de Fortaleza, de renunciar sua candidatura para um novo mandato, alegando desinteresse da direção do partido, é mais uma amostra da caminhada para a derrocada. Casimiro, um dos que conhecem a realidade eleitoral da Capital, posto ter vencido algumas eleições, sucedendo seus pais na Câmara Municipal, em oportunidades outras já havia exposto sua preocupação com a realidade ora vivida. Não foi ouvido. O partido não buscou formar novos quadros e sujeita-se a constrangimentos como o da desistência do candidato a prefeito de Caucaia, e a ameaça de abandono da campanha de Casimiro, e outros candidatos ao legislativo de Fortaleza.

Jornalista Edison Silva comenta as novidades na política eleitoral em Caucaia, município da Região Metropolitana de Fortaleza: