A tradução literal de lockdown é confinamento. Confinamento aceita algumas acepções, segundo o Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa, e é um substantivo masculino e pode significar:
1 Ato ou efeito de confinar(˗se).
2 Ato ou efeito de isolar(˗se) em determinado lugar; estado de confinado.
3 Isolamento dentro de um aposento ou lugar fechado, por punição ou outro motivo, ou em uma cama, por doença.
4 V confim, acepção 1.
5 JUR Isolamento em prisão.
6 FÍS Ação de restringir o movimento de um sistema físico a uma região do espaço.
7 ZOOTECN Sistema de engorda em que as reses ficam em mangueirões semicobertos, recebendo rações especiais. Qualquer delas converge para “ficar em casa”; neste atual contexto, não mais como um pedido, uma sugestão, em nome de uma constatação de perigo imediato.

O confinamento pode até parecer um tipo de “prisão domiciliar” onde não são admitidos habeas corpus, a menos que apresentem justificativas às autoridades que estarão de vigia pela ruas da cidade. Apesar do desconforto e, de uma certa forma, constrangimento, esse confinamento é inadiável e não deve ser contestado ou postergado. O confinamento mais radical é um grau acima da seriedade e do perigo da quarentena decretada.

Os aumentos dos níveis de perigo e suas severas consequências — morte —, levam famílias a essa espécie de prisão domiciliar, onde todos, independentemente da idade, estão condenados a SOBREVIVER. É preciso que se entenda e se aceite. Nesse confinamento, os espaços parecem diminuir dentro de casa e aumentar o nervosismo, impaciência, intolerância. O que confunde é a falta de uma direção que aponte para igualdade de sacrifícios.

Os números são frios e sempre crescentes, especialmente aqueles que dizem respeito aos novos contaminados e ao número de covas onde são enterrados, quase como anônimos e sem uma despedida digna àqueles que não venceram o vírus. Ao meu sentir, o número de recuperados deveria ter um destaque para a esperança de que vamos sobreviver. Enquanto isso, as boas políticas administrativas dessa crise monumental ainda não são unanimidade como bons exemplos a seguir. O sofrimento e a tristeza por conta dos nossos mortos somam-se às dúvidas da sobrevivência de que nem ao menos podem receber o conforto da visita de um parente ou amigo.

Enquanto não existir uma luz mais forte para descobrirmos o caminho para a cura dos infectados ou a prevenção do contágio, mesmo que desagrade os “condenados” pela lógica e o bom senso a ficarem dentro de casa, nesse lockdown imposto pela necessidade, a esperança maior está em aceitar o “enfim, presos” dentro de casa, sendo obrigados a SOBREVIVER.

Texto: A.Capibaribe Neto ([email protected])
Especial para o Blog do Edison Silva.