Solenidade de encerramento do teste das urnas eletrônicas com vistas às eleições do próximo ano. Foto:TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou nesta sexta-feira (29) o Teste Público de Segurança (TPS) 2019 do Sistema Eletrônico de Votação, em cerimônia realizada no Auditório III do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Na ocasião, o secretário de Tecnologia da Informação (STI) da Corte Eleitoral, Giuseppe Janino, revelou que dois dos 13 planos de ataque ao sistema obtiveram êxito, sem, no entanto, comprometer o sigilo do voto ou a segurança do processo eleitoral. A partir de agora, o TSE trabalhará para sanar a vulnerabilidade identificada a tempo das Eleições Municipais de 2020.

Ao abrir a cerimônia, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, agradeceu aos investigadores que participaram desta quinta edição do TPS. Ela afirmou que a realização do evento renova o compromisso do Tribunal de transparência com a sociedade. Para a magistrada, é imprescindível a colaboração da sociedade para o avanço do processo democrático e para a melhoria do sistema eleitoral como um todo.

A presidente do TSE lembrou que a realização do TPS auxilia a Justiça Eleitoral a manter a tecnologia implementada no sistema eletrônico de votação atualizada e imune a ferramentas que possam ser desenvolvidas para atacá-lo. “É o momento de abertura dos sistemas de segurança ao olhar externo da comunidade científica, dos estudantes, dos partidos políticos, dos cidadãos como um todo. Um chamado para que atuem como hackers e tragam seus planos de testes, com estratégias de ataque às urnas, a fim de identificar possíveis e eventuais vulnerabilidades e falhas relacionadas à violação da integridade ou do anonimato do voto nas eleições”, disse.

Relatório

O secretário de TI e coordenador da Comissão Reguladora do TPS, Giuseppe Janino, destacou em sua fala a singularidade do evento, único no mundo em que os sistemas eleitorais são disponibilizados para testes por representantes da sociedade a fim de, assim, contribuírem efetivamente para a melhoria das barreiras de segurança dos softwares. Ele agradeceu a contribuição de entidades que colaboraram para a realização do evento, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Centro de Tecnologia da Informação (CTI) e a Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação (Facti), além da participação de observadores externos.

O TPS 2019 contou com 22 investigadores, divididos em cinco grupos e três investigadores individuais. Dos 13 planos de ataque apresentados, dois – realizados pelo Grupo 5, composto por investigadores da Polícia Federal – foram bem-sucedidos. Segundo Giuseppe Janino, esses achados vêm contribuir para a melhoria dos processos envolvidos no sistema eletrônico de votação. “O objetivo do TPS não é um desafio. Não estamos aqui desafiando os investigadores. Eles são nossos parceiros, na medida em que tenham um olhar mais preciso e diferenciado para achar pontos de fragilidade”, disse.

Giuseppe Janino adiantou que a próxima fase do TPS 2019 será o trabalho das equipes da STI para correção das vulnerabilidades apontadas. No ano que vem, os investigadores do Grupo 5 serão chamados a retornar ao TSE para verificar a efetividade dos reforços de segurança que serão implementados. “O sistema vai para a eleição muito mais fortalecido”, assegurou.

Com informações do site do TSE