Oposição reclamou da força que o prefeito tem junto ao Legilativo de Fortaleza. Foto: Érika Fonseca-CMFor

Com 23 votos favoráveis e apenas quatro contrários, os vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza aprovaram, na manhã desta terça-feira (29), em segunda discussão, o projeto de Lei do prefeito Roberto Cláudio que dispõe sobre a criação do Fundo Imobiliário da cidade, além da alienação de imóveis públicos. O vereador Guilherme Sampaio (PT), em nome da oposição, afirmou que vai acionar a Justiça contra aprovação da matéria. Segundo ele, o processo de votação está “castrado“.

A principal reclamação da bancada de oposição foi a falta de transparência sobre os imóveis que serão alienados ou o destino que será dado aos recursos adquiridos com a venda dos equipamentos. Também houve crítica ao prazo dado pela mensagem, de seis meses, para que haja a alienação de tais imóveis. De acordo com os oposicionistas, o prefeito Roberto Cláudio estaria “dando um cheque em branco” em período eleitoral.

O vereador Sargento Reginauro (sem partido)chamou de “absurdo” as aprovações de projetos oriundos do Poder Executivo sem maior discussão por parte da base governista. De acordo com ele, o Legislativo tem votado “cegamente” as mensagens oriundas do Governo Municipal.

O vereador Eron Moreira (PP), em contrapartida, afirmou que o petista, com esta atitude, estaria desmoralizando seus pares. O governista disse ainda que quer acompanhar o andamento do eventual processo que Guilherme disse que daria entrada na Justiça.

“Fiquem incomodados”

“Peço encarecidamente que vossa excelência me passe o número do processo para que eu possa também acompanhar. Está registrado aqui a ameaça dele de que vai entrar na Justiça”, afirmou Moreira.

Os incomodados, fiquem incomodados”, foi a resposta de Guilherme a Eron. “Terão sempre meu respeito, mas não vão me calar”, disse. “Por que essa venda vai se dar nos seis meses de ano eleitoral? Ninguém responde. A cidade não é propriedade particular. Isso é falta de transparência absoluta. Vamos entrar no foro judicial”.

Desafetados

O líder do Governo, Ésio Feitosa (PDT), afirmou que as críticas da oposição não têm substância visto que o texto do projeto determina quais os imóveis que poderão ser desafetados. “São imoveis que não têm interesse prático para os cidadãos. E eles só serão trocados por novos imóveis. Vamos trocar o que não serve pelo que serve”, disse.

O vice-presidente Adail Júnior (PDT) também defendeu a proposta, ressaltando que todo o processo relacionado à alienação dos imóveis será acompanhado pela Lei de Licitações.