Frota afirmou que acata quebra de sigilo telefônico para confirmar denúncias. Foto: Reprodução

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), afirmou que quando pediu a prisão do ex-assessor do então deputado Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, em fevereiro passado, recebeu ligação do presidente da República, Jair Bolsonaro, que reclamou das críticas feitas. O tucano respondeu às perguntas feitas pela deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), que pediu o colegiado para convocar outros citados por Frota durante o interrogatório.

No dia 14 de fevereiro, em pronunciamento na tribuna da Câmara Federal, Alexandre Frota chegou a dizer que se fosse confirmado os crimes cometidos por Queiroz, de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que o ex-assessor de  fosse preso. Logo após o discurso, o presidente Jair Bolsonaro teria ligado para o deputado para reclamar do seu posicionamento.

Logo em seguida, ainda segundo Frota, Flávio Bolsonaro chegou a dizer que o presidente teria ficado chateado com o parlamentar, então membro do PSL. “O Flávio disse que ‘papai ficou chateado com você, por você ter falado daquela forma'”, disse.

Em seguida, em encontro no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro teria mandado ele “calar essa matraca”. “Eu fui a um evento, ele estava atordoado comigo. E quando chego no Palácio, ele me puxa pelo braço e fala, “Frota, cala essa matraca”. Ele ainda brincou depois dizendo que queria continuar casado comigo”, afirmou.

O parlamentar disse também que autoriza a quebra de sigilo telefônico para confirmar que a ligação de Bolsonaro foi feita. “Eu fiquei desestruturado porque o Queiroz apareceu na largada do ano. Nós fizemos campanha de que era o mais ilibado, o mais sério. E na primeira semana de legislatura acontece o caso Queiroz. Isso, com toda certeza, perturbou o andamento de nossas estratégias”.

A deputada federal Luizianne Lins, do Ceará, afirmou que vai pedir à CPMI  a convocação  do deputado de São Paulo Gil Diniz, o “Carteiro Reaça”, Edsion Salomão e outros citados por Frota para que esses também apresentem seus depoimentos.