Priscila Costa abriu mão do direito à licença gestante na Câmara. Foto: Repordução/Facebook

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, em programa de entrevistas da Folha e do UOL, defendeu que o Congresso amplie para um ano a licença maternidade remunerada. Em outra matéria do jornal, a publicação destaca que deputadas grávidas geram debate sobre mulher na política e regras para licença. Em Fortaleza, como foi publicado no Blog do Edison Silva, a vereadora Priscila Costa (PRTB), na contramão dessa nova realidade, abriu mão deste direito.

Vereadora abre mão de licença maternidade e diz que foi “ato materno”

A parlamentar deu a luz ao pequeno Judah há quase 40 dias, e já na semana passada retomou às atividades parlamentares na Câmara de Fortaleza. Ela afirmou ao Blog que, mais que um ato político, foi um “ato materno”. De acordo com o Regimento Interno da Casa, as vereadores têm direito à licença gestante por até 180 dias, caso queiram

Veja trecho da entrevista Damares:

Em evento, em Budapeste, a senhora disse que o Brasil “voltou a ser um país da família”. O que isso significa? O que quero dizer?

Políticas públicas no Brasil vão fortalecer a família. A realidade da Hungria é totalmente diferente da realidade do Brasil. Que bom que eu fui lá, porque descobri que estamos anos-luz longe daquilo que gostaríamos que fosse feito para a família no Brasil. Por exemplo, licença maternidade na Hungria. São três anos. Olha que incrível? No primeiro ano, a mulher ganha 100% do salário. No segundo, 80%. No terceiro, 50%. Se quiser voltar ao trabalho no segundo ou no terceiro, pode voltar.

Defende que se aumente a licença maternidade no Brasil?

Eu defendo mais tempo da mãe com a criança em casa. E do pai também. Essa realidade do Brasil agora ainda não é. Podemos lutar por isso? Podemos. Vamos ter resistência? Muita. Mas a gente pode trabalhar.

Que período considera adequado? 

Um ano para mim eu considero adequado.

E para os pais?

Gostaria muito que isso fosse aumentado também. Se a gente pudesse ter para os pais dois ou três meses, seria ótimo. Mas olha o problema que a gente
vai ter ainda no Brasil para chegar a esse objetivo. A indústria vai reagir, o comércio vai reagir, mas a Hungria conseguiu.

A senhora pedirá ao presidente que negocie com o Congresso o aumento desse período?

Olha, já existem propostas no Congresso. E a gente pode caminhar, sim, nesse debate no Congresso. E é isso que eu quero falar: nós estamos trabalhando políticas públicas de fortalecimento da família.

Em outra matéria publicada na Folha diz que “Uma onda de deputadas grávidas em Legislativos país afora fez crescer as discussões sobre o despreparo do ambiente político para acolher gestantes e sobre a licença-maternidade para elas”.

O texto diz que na “Câmara dos Deputados são pelo menos três grávidas: Áurea Carolina (PSOL-MG), Renata Abreu (Podemos-SP) e Greyce Elias (Avante-MG). Na Assembleia de São Paulo, Marina Helou (Rede) exerce o primeiro mandato à espera do segundo filho. Em outros Legislativos, mães novatas conciliam sessões e votações com amamentação de seus recém-nascidos”.