Novo presidente do PSDB, Bruno Araújo, diz que o partido vai decidir se fecha ou não questão sobre a reforma da Previdência

Ao assumir a Presidência Nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), durante a XV Convenção Nacional da sigla, realizada nesta sexta-feira (31),em Brasília, o ex-deputado federal e ex-ministro da Cidades do governo Michel Temer, Bruno Araújo (PE) destacou que o partido vai definir posições, sem hesitar e com unidade interna, assegurando a participação de todos os segmentos.

Sobre a Reforma da Presidência, o novo presidente do PSDB afirmou que a sigla deve decidir, durante as próximas semanas, se vai fechar ou não questão na votação da PEC 06/2019, e salientou que o tema será motivo de discussão na Executiva do partido e que tudo será decidido de forma “democrática” e que o PSDB terá “coragem de assumir compromissos firmes para o País”.  No caso do PSDB fechar questão, os deputados serão obrigados a votar de acordo com orientação da sigla, sob risco de serem punidos e até mesmos expulsos do partido.

“Nós vamos nos afastar das hesitações. Vamos nos transformar em um partido de decisões. Vamos derrubar o muro. Vamos errar? Vamos errar de um jeito novo. Não há chance de acertar sem coragem. O PSDB tem coragem. Não vamos fazer só. Vamos fazer uma discussão interna. É o primeiro obstáculo que vai mostrar se de fato, o PSDB vai deixar de gerar dúvidas.  É o primeiro grande teste enquanto partido”, disse.

Bruno falou ainda que é preciso ter unidade partidária e apresentar propostas para a sociedade. “Um partido é feito com dezenas, centenas e milhares de mãos. E essas mãos para entregarem resultado precisam ter unidade. E num momento como este tolerância, saber respeitar, e compreender a diversidade da sociedade e poder apresentar, sobretudo, propostas concretas. Temos fazer que nossas idéias vençam, prosperem, temos time e história para acreditar e vencer. E para que avancem, temos de acreditar nelas. Nós temos time e unidade para acreditar e desenvolvê-las. E vamos trabalhar pela unidade. O PSDB tem história. Tem de lembrar de onde veio e entregar ao país, o que todos nós queremos: dignidade, geração de emprego e renda. Sabemos que o PSDB foi um importante responsável na construção de um alicerce no país. Eu assisto a um ciclo que chega ao PSDB, o primeiro presidente [o próprio Bruno Araújo] de base do PSDB, que foi formado pela Juventude do PSDB. O partido do futuro tem [hoje] a Juventude cuidada por uma mulher [Júlia Jereissati],  o Tucanafro cuidado por uma mulher [Gabriela Cruz]  e o PSDB-Mulher cada vez mais ativo [sob o comando de Yeda Crusius].

O tucano disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (que esteve presente à convenção), do Democratas, “é hoje o brasileiro maior fiador das reformas necessárias. Militamos juntos. Conhecemos quem você é”. Concluiu.

Maia não escondeu a proximidade com os tucanos, e, ao falar com os jornalistas que cobriam o evento, disse que  tem uma forte convergência com o PSDB e que a democracia necessita de partidos fortes. “É o partido com o qual eu tenho uma convergência enorme das nossas ideias. A democracia não existe sem partidos fortes. Não adianta atacar as instituições”, afirmou o democrata.

Presente à convenção na qual elegeu sua sobrinha Júlia Jereissati à presidência da  “Juventude Tucana”, o senador cearense Tasso Jereissati, em entrevista à imprensa, disse que a presença de Rodrigo Maia é representativa diante do que classificou como um “momento de extremismo” vivido no país, no qual há uma população sem voz precisando ser representada.

Ouça a declaração do senador Tasso Jereissati.

Sobre Bruno Araújo 

Exerceu dois mandatos de deputado estadual em Pernambuco e  três mandatos de deputado federal. Licenciou-se da Câmara dos Deputados em maio de 2016,  para assumir o Ministério das Cidades, no governo Michel Temer. Nas eleições de 2018, disputou uma vaga no Senado, mas não se elegeu. Bruno substitui o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.