A preocupação com a ausência de voos da empresa aérea Avianca Brasil no Aeroporto Orlando Bezerra, em Juazeiro do Norte/CE, voltou a ser tema de discussão na Assembleia Legislativa do Ceará. O deputado Guilherme Landim (PDT) levou novamente o debate à tona, ressaltando que caso alguma outra empresa aérea não passe a realizar as rotas interrompidas pela Avianca, o aeroporto da cidade do Cariri tornar-se-á obsoleto. Somando-se à preocupação do pedetista, o deputado Fernando Santana (PT), que presidia a sessão nesta quinta-feira (25), afirmou que ouviu do secretário de Turismo, Arialdo Pinho, que dificilmente a empresa que assumir essas rotas interrompidas conseguirá manter os preços praticados até então pela Avianca.

Santana adiantou que Pinho irá reunir-se com representantes da Latam, Gol e Azul na próxima semana, para tratar do assunto. Garantiu que os deputados estaduais, deputados federais, o governador Camilo Santana, o senador Cid Gomes e o próprio secretário Arialdo Pinho estão trabalhando em conjunto para que a população do Cariri não fique desprovida dessa rota tão importante para a economia local. “O problema é grave, então é hora de somar forças para mostrar para as empresas o potencial imenso da região”, disse.

Landim lembrou que na próxima segunda-feira (29), às 14h, haverá na Assembleia Legislativa uma audiência pública para tratar do assunto, buscando não apenas uma solução rápida para o problema, mas também a proteção dos consumidores, muitos deles que já entraram com ações de danos morais contra a Avianca. O parlamentar ressaltou que o governo estadual reduz impostos para atrair as companhias aéreas para cá, então resta às companhias uma dívida para que assumam essas rotas. “No Brasil, as rotas são abertas, então qualquer empresa se quiser hoje entrar no sistema na ANAC e ocupar uma rota o faz e já pode ocupar de imediato. Voos para Juazeiro do Norte costumam ter de 83% a 93% de ocupação, quem irá querer perder esse filé?”, questionou.

Sem tempo a perder

Segundo Landim, a presidência da ANAC acredita que a rota Fortaleza-Juazeiro-Fortaleza deva ser ocupada por outra empresa aérea de 90 a 100 dias, mas ressalta que não se pode esperar tanto, visto que a ocupação dos leitos nos hotéis de Juazeiro já teriam caído em 50%, além de muitos empresários de outros Estados que têm negócios na região têm reclamado da dificuldade de se chegar hoje na cidade de Juazeiro do Norte.

Os deputados Queiroz Filho (PDT) e Antônio Granja (PDT) demonstraram apoio à fala de Landim, enquanto Heitor Férrer (SD) lembrou que raramente uma aeronave parte nessa rota sem estar lotada. “Não bastassem as perdas de voos diretos para Madri, Orlando e Frankfurt, agora amargamos esse prejuízo. Mas tenho otimismo que isso irá se resolver logo. Nenhuma empresa vai deixar de querer esse ‘filé’ que é a linha FOR-JUA-FOR, que vai sempre lotada. A demanda é grande e vai na verdade beneficiar essa empresa aérea que assumí-la”, concluiu.