Da Mesa dirigente dos trabalhos da sessão, o grupo de deputados do PDT, que sempre elogiou Ciro, ouviu calado o discurso de De Assis. Foto: Blog do Edison Silva

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa,  deputado De Assis Diniz não rebateu as acusações de corrupção feitas pelo ex-ministro Ciro Gomes contra a gestão do governador Elmano de Freitas, mas criticou o comportamento do pedetista que foi ex-aliado. Para o petista, o líder pedetista, que acusa ex-aliados de traição, traiu muitos políticos cearenses e se acha acima do bem e do mal.

Ouviram calados o discurso de De Assis, os deputados Romeu Aldigueri, Osmar Baquit, Sérgio Aguiar, Guilherme Landim e Guilherme Bismarck. Todos, em oportunidades recentes, desmanchavam-se em elogias a Ciro, e defendiam-no de qualquer critica a ele dirigida.

“Venho aqui lamentar o fim de um homem que ajudou muito o Ceará. O Ciro Gomes tem uma carreira que trouxe pontos positivos ao Ceará. Mas é lamentável o ponto em que chegamos”, disse Diniz. Segundo ele, o pedetista, atualmente, responde a 80 processos na Justiça por calúnia e difamação.

“O Ciro fala de traição, mas a primeira pessoa que o Ciro traiu foi Fernando Henrique Cardoso. O Ciro trai e vai ser candidato a presidente. Esse mesmo Ciro, que fala de traição, traiu o Tasso. O Tasso era candidato a senador, Tasso que fez tudo pelo Ciro. A gratidão de Ciro foi votar contra Tasso e derrotar o Tasso no seu direito de ir ao Senado”, disse.

O petista também criticou o vice-prefeito de Fortaleza Élcio Batista, presidente do PSDB do Ceará, que segundo ele, traiu Camilo Santana e Eudoro Santana, que apoiaram a candidatura do hoje tucano a vice-prefeito da Capital cearense no pleito de 2020. “Quem fez Élcio vice-prefeito foi vontade de Camilo e Eudoro. E o que que Élcio faz? Trai Camilo e Eudoro”, apontou.

“Outra traição: Lúcio Alcântara. O Lúcio foi traído no seu direito de ir para a reeleição. Quem traiu? Ciro Ferreira Gomes. Ciro, na sua arrogância, na sua prepotência, não traiu só Fernando Henrique, Tasso e Lúcio Alcântara, traiu aquela que é do berço da casa dos Ferreira Gomes, Izolda Cela. O acordo era votar na Izolda”, lembrou.

“Tem um ditado que diz que em cachorro morto não se bate. Mas somos da política. Se tem corrupção, vamos lá. Se é doido, mostre o atestado de loucura. Se é tão legítimo o que o Ciro diz, o sogro do Ciro está dentro do Governo Elmano. Ele esteve no Governo do Cid, no Governo do Camilo, no Governo da Izolda e agora está no Governo do Elmano”, afirmou lembrando de Fernando Bezerra, pai da esposa de Ciro.

Ele também lembrou que neste ano o Governo do Estado não assinou qualquer contrato na Seinfra, que teria sido apontada por Ciro como local de corrupção. Na verdade, os contratos são, segundo De Assis, da época em que o irmão do pedetista, Lúcio Gomes, era o secretário da pasta. “Se ele está dizendo que é na Seinfra que tem corrupção, a Seinfra não teve nenhum contrato assinado neste ano é tudo da época do irmão dele, o Lúcio Gomes. Não dá é pra dar uma de bom moço, que trai Deus, o mundo e satanás”.

“Lamento profundamente, que este homem publico, que tanto fez, hoje perdeu a bússola e não sabe compreender o que é a derrota. Nós passamos quatro eleições perdendo, mas não perdemos o horizonte. Quem ganha, governa. Quem perde, vai para a oposição” – (De Assis Diniz)

De Assis Diniz afirmou ainda que Ciro Gomes estaria “de braços dados com o Capitão Wagner”, presidente do União Brasil no Ceará, mas até o dirigente da oposição também foi criticado pelo líder pedetista. “Capitão Wagner, estou tentando lembrar aqui. Ele disse uma frase do Capitão Wagner. Miliciano quadrilheiro. Esse mesmo Ciro foi lá e disse que Wagner era miliciano. Aí cabe a todos nós, sem fazer ofensa, nos perguntar: por que para o Ciro Gomes tudo é ladrão, só ele presta? O que será que passa na cabeça desse cidadão que se julga acima do bem e do mal?”, questionou.

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