Antônio Henrique levou o tema à tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (18). Foto: ALCE

Deputados de oposição criticaram, na manhã desta quinta-feira (18), a indicação política do vice-prefeito de Juazeiro do Norte, Giovanni Sampaio, para administrar o Hospital Regional do Cariri. Os parlamentares defenderam que essa nomeação seja feita atendendo a critérios técnicos, para evitar a politização dos equipamentos públicos de saúde.

Antônio Henrique (PDT) disse estar preocupado com a situação, uma vez que em sua avaliação, os serviços do Governo devem ser ofertados de forma transparente e com qualidade para a população em geral. “Eu não tenho nada contra o vice-prefeito de Juazeiro do Norte. No entanto, nossa preocupação é com a politização dentro dos hospitais do nosso Estado. A atual gestora do hospital entrou na direção em 2011, através de uma seleção feita por um contrato de gestão, que é o ISGH. O contrato de gestão trata de metas, conforme termo de referência”.

Segundo o pedetista, quando um nome é indicado por critério político, os interesses públicos ficam em segundo plano. “De repente, esse atendimento começa a ter desvio de função, de finalidade. Começa a beneficiar um segmento e a população fica em segundo plano”.

Henrique disse, sem citar nome, que nas gestões da ex-prefeita Luizianne Lins as indicações de diretores de escola e de postos de saúde eram feitas sem atender critérios técnicos, apenas polítios. “O resultado foi que Fortaleza tinha os piores índices de avaliação de todo o Estado (na Educação). Isso por uma questão não técnica, mas sim política.
Da mesma forma era a gestão dos postos de saúde. O PT, mais uma vez, dando passos para tras, tirando conhecimento técnico para atender a interesses políticos”, criticou.

Cláudio Pinho (PDT) corroborou com o colega de partido e disse que nenhum político deveria aceitar que o serviço público seja utilizado para o chamado “cabide de emprego”. “Essa é a nossa preocupação. Fica a advertência ao Governo do Estado para que possa indicar nomes por questões técnicas e não políticas”.

Saúde

Para Felipe Mota (UB), a politização da saúde só atrapalha e não soma em busca de soluções para a área. Ele defendeu que critérios técnicos sejam observados para esses cargos. “O que me deixa preocupado é que daqui a pouco vão surgir críticas fazendo referência de que o diretor  atende A ou B e não atende C e D. Para a saúde, sempre tem que ser no campo técnico”.

Antônio Henrique lembrou que essa indicação levou o Ministério Público a fiscalizar uma eventual ingerência política na indicação. Ele destacou, ainda, que servidores do equipamento fizeram um abaixo-assinado contra Giovanni Sampaio no comando do hospital. “Isso demonstra que os servidores sabem do serviço que deve ser prestado naquele hospital. Estamos aqui para sermos a voz do povo cearense nesta Casa”.