Projeto foi aprovado sem a presença a bancada evangélica, crítica à matéria. Foto: ALCE

Os deputados da bancada evangélica na Assembleia Legislativa denunciaram, em suas redes sociais, que a base governista da governadora Izolda Cela se utilizou de manobra para aprovar mensagem do Governo que que cria a Delegacia de Repressão aos Crimes de Discriminação Racial, Religiosa ou de Orientação Sexual (Decrim), no âmbito da Polícia Civil do Estado do Ceará. Os parlamentares eram contra o texto, pois acreditam que a Lei aprovada servirá para perseguir líderes religiosos.

De acordo com a proposta aprovada, a unidade especializada tem como objetivo dar maior celeridade e eficácia à respostas aos crimes envolvendo discriminação racial, religiosa e de orientação sexual, “em uma luta permanente e incansável contra esse grande mal, que, infelizmente, tanto atrasa a sociedade”. O projeto cria, anda, quatro cargos, que serão distribuídos na estrutura organizacional da Superintendência da Polícia Civil.

A deputada Dra. Silvana (PL) foi quem demonstrou maior indignação com a aprovação do texto, chamando, inclusive, de “ridícula política” a forma como as votações na Casa estariam sendo conduzidas. Apóstolo Luiz Henrique (Repu), por sua vez, chamou seus pares de “covardes” e “desonestos”. David Durand (Repu) foi outro que demonstrou descontentamento com a aprovação da matéria.

“O líder do Governo nos tirou do parlamento para votar uma matéria. Nunca teve intenção de construir nada. Nos enganou, tirou todos os parlamentares do parlamento. Votou de forma açodada e covarde. Eu preciso que o mundo saiba como está funcionando a ridícula política deste parlamento. Eu me envergonho deste parlamento”, criticou Silvana.

Em pronunciamento, Apóstolo Luiz Henrique afirmou que a votação da mensagem não passa de um “teatro”. Ele disse que o prédio que sediará o equipamento já foi construído e já existe até uma escala de funcionários. “O governo está usando o dinheiro arrecadado dos nossos impostos para aplicar em algo que não passou pelo crivo da Assembleia Legislativa. Estão fazendo a ordem inversa. É como se não precisasse mais do nosso trabalho aqui”, criticou.