Deputado Renato Roseno demonstrou preocupação com a escalada da violência praticada por manifestantes golpistas. Foto: ALCE

Os atos antidemocráticos praticados por eleitores bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições e a derrota do presidente Jair Bolsonaro seguem norteando pronunciamentos de deputados da Assembleia Legislativa, que demonstram preocupação com os rumos dessas ações. Durante a sessão ordinária desta quinta-feira (17), os parlamentares voltaram a repudiar protestos golpistas e enalteceram a formação de uma coalizão formada por membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Ceará em defesa da democracia brasileira.

O tema foi levado à tribuna pelo deputado Renato Roseno (PSOL), que lamentou o fortalecimento de grupos com discursos de ódio e atos antidemocráticos. “Vimos nos últimos anos várias vozes antidemocráticas, autoritárias e fascistas se levantaram no mundo, não só no Brasil. Pessoas que defendem coisas inacreditáveis e inaceitáveis, como grupos nazistas liderados por pessoas tão jovens, muitos inclusive estudantes de Direito, reproduzindo discursos dessa que foi a pior experiência humana que já existiu”, avaliou.

Ele destacou que foi formada uma coalizão cearense em defesa da democracia, formada por membros da OAB do Ceará, como forma de combate e resistência aos manifestantes golpistas. “Se faz necessário enfrentar essas atitudes antidemocráticas que querem incitar a quebra do estado democrático de direito. A lei tipifica como crime essas atitudes. Não é liberdade de expressão atentar contra a dignidade humana e a democracia. Nesse sentido, levamos ao Ministério Público uma representação assinada por juristas para que haja a investigação e responsabilização dessas pessoas”.

Debater

Osmar Baquit (PDT) também condenou alguns atos cometidos pelo Brasil por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. “Estou abismado com o nível de loucura que está existindo entre essas pessoas que convivem com a gente. Uma pessoa marchando em frente ao quartel. Pedir intervenção militar não é ato de patriotismo é cometer um crime”,  reclamou.

“Eu fico estarrecido com o nível de loucura e de imbecilidade desse povo. É um nível de alienação tão grande, de gente querendo a anulação da eleição, que não vejo limites” – (Osmar Baquit)

Segundo Leonardo Pinheiro (PP) há uma preocupação com os episódios de intolerância e violência, durante o período eleitoral de 2022. De acordo com ele, a eleição deste ano foi diferente de qualquer outra que já existiu, visto ter sido marcada pela violência e intolerância partidária. “Independente do candidato a ou b, é preciso manter o respeito. Debater sim, partir para a agressão não. Sei que num momento de desespero as pessoas recorrem a atitudes impensáveis. Mas defender nazismo, uma politica de extermínio, é abominável. Temos que estar vigilantes sim”.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB) defendeu a prisão dos financiadores desses protestos. “Quem está financiando um movimento inconstitucional contra a República está financiando um crime. Mais do que as contas bloqueadas, eles deviam estar era presos, porque estão atentando contra a liberdade democrática”.