Capitão Wagner, Elmano de Freitas e Roberto Cláudio participaram de mais um debate político na televisão. Foto: Reprodução/Youtube

Os três principais candidatos ao Governo do Estado do Ceará, Capitão Wagner (UB), Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT), em mais um debate, este, realizado na noite de sexta-feira (16), pelo Sistema Verdes Mares, trocaram farpas, apontando falhas e rememorando casos envolvendo seus nomes na Justiça.

Capitão Wagner, em muitas das oportunidades que teve de fala, lembrou que o grupo político em vigência no Ceará há 16 anos é composto por petistas e pedetistas, que segundo ele, durante todo esse tempo “tem feito o povo sofrer”. O postulante buscou mostrar que Elmano de Freitas e Roberto Cláudio, apesar de muitas diferenças, sempre estiveram alinhados, através de suas lideranças políticas.

“O grupo deles teve 16 anos para entregar hospitais e só entregou quatro, e que funcionam mal”, disse ele, lembrando o caso da Santa Casa de Sobral, que segundo disse, corre o risco de fechar setores por falta de repasses. O líder da oposição também criticou perseguição de servidores e cooptação de prefeitos por parte do grupo governista.

“A era da perseguição se encerra, não vamos perseguir prefeitos e vereadores. Não é possível que no Ceará se persiga o trabalhador, os comerciantes sendo coagidos. por fazerem propaganda com a gente. Não faremos esse tipo de uso da máquina pública. Tranquilizo todos os cearenses”, disse Wagner.

Elmano de Freitas iniciou o debate chamando Wagner de “capitão do capitão Bolsonaro”, em alusão ao alinhamento do postulante de oposição ao presidente da República. “Ele é o candidato do capitão Bolsonaro e continua pedindo voto para ele”, iniciou o petista, que tem consciência da rejeição do chefe do Executivo Federal no Ceará.

Ainda de acordo com ele, o grupo político de Capitão Wagner defendeu a imunidade de policiais envolvidos com motim no Ceará. Acusado por Roberto Cláudio de ter processo na Justiça, o petista respondeu que o único processo criminal que responde foi por denunciar o suplente de senador Prisco Bezerra, irmão do ex-prefeito de Fortaleza.

Governo

Em um dado momento do debate, Capitão Wagner fez uma dobradinha com Roberto Cláudio ao questionar o pedetista sobre as denúncias feitas por sua campanha sobre cooptação de prefeitos envolvendo recursos públicos do Governo do Estado.  Em resposta, Elmano disse ter estranhado o alinhamento dos dois. “Nunca imaginei ver o Roberto Cláudio em combinação de pergunta e resposta com o Wagner”, ainda de acordo com ele não é verdade que o Executivo Estadual tenha beneficiado prefeitos que apoiam sua candidatura.

Roberto Cláudio, por sua vez, focou muito na questão do Fundo Estadual de Combate à Fome, o Fecop, que segundo disse, falhou durante as gestões de Camilo Santana, o que se refletiu, em sua avaliação, no fato de o Ceará estar em último lugar em segurança alimentar. O pedetista também criticou a administração do Governo no que diz respeito ao funcionamento de hospitais do Estado. “Não há concepção para o hospital da Uece e outros dois hospitais não funcionam a meta. O de Limoeiro do Norte está apenas com 20% de funcionamento”.

Denúncia

Também criticou o fato de o Centro de Formação Olímpica não estar funcionando a contento e apontou que o Governo estaria cooptando prefeitos, segundo ele, “como na época dos coronéis”. Uma denúncia feita pela nossa coligação foi acatada, identificando que os municípios receberam aditivo, é batom na cueca”. De acordo com ele, tal prática, feita na campanha, continua em um eventual Governo.

Elmano de Freitas relembrou que Roberto Cláudio falava que Camilo Santana era o melhor governador do País, e agora o critica. Em resposta, o pedetista destacou que tem independência. “O Elmano confunde gratidão com cabresto. Eu tenho gratidão, mas não tenho cabresto. Fala do Camilo como se ele fosse perfeito. Não sou candidato para meter a poeira para debaixo do tapete. O Camilo também disse que eu era o melhor prefeito”.