A primeira convenção estadual realizada no Ceará foi a do PDT, no dia 24 de julho, mas o partido ainda não pediu o registro das candidaturas homologadas naquele dia. Foto: Blog do Edison Silva

As convenções partidárias para homologação dos nomes dos candidatos acontecerão até a próxima sexta-feira (5), mas os partidos, coligações e federações terão mais dez dias para, obrigatoriamente, requererem os registros das candidaturas dos seus respectivos filiados a presidente e vice da República, governador e vice, senador e suplentes (2), deputados federais (no caso do Ceará (23) e deputados estaduais (47). Antes, para evitar manobras depois das convenções, os partidos tinham que entregar a ata de suas convenções ao representante da Justiça Eleitoral, ali presente, imediatamente após o evento.

Tendo até o dia 15 de agosto para cumprirem essa determinação legal (de pedir o registro das candidaturas dos seus filiados), os partidos continuam organizando suas chapas proporcionais como se o prazo das convenções já não houvesse expirado. E aproveitando continuam negociando alianças para os cargos majoritários. Hoje, nenhuma agremiação com candidaturas competitivas para o Governo do Estado e o Senado da República, tendo, ou ainda não tendo feito a sua convenção, tem a chapa completa. O Capitão Wagner, cuja convenção do União Brasil será feita no dia 5 próximo, ainda não tem o nome de quem figurará na chapa como vice-governador, e nem tem definição sobre senador. Também incompletas estão as chapas encabeçadas por Elmano Freitas e a de Roberto Cláudio.

A rigor, tivéssemos no Brasil partidos organizados, obedecendo por dever o Calendário Eleitoral, todas as chapas já deveriam estar devidamente organizadas, enfim, estamos a 60 dias do momento mais importante para o exercício da cidadania que é a escolha dos representantes políticos da sociedade. Inconcebível, ainda se ter dúvidas sobre candidatos a presidente da República e vice; governador e vice; senador e suplentes, e até mesmo de postulantes a cargos proporcionais. Se o partido e seu candidato foram incapazes de negociar a composição de sua chapa ao longo dos 4 anos que separam uma eleição geral da municipal, como acreditar que parcerias formadas às pressas possam estar preparadas para bem representar a sociedade?

De fato, a questões que podem ser entendidas como excepcionais. O caso recente, no Ceará, do rompimento da aliança de mais de uma década entre o PDT e o PT, enquadra-se no rol das excepcionalidades. Embora brigando, as lideranças dos dois partidos não acreditavam no rompimento que provocaram. Mas em relação ao grupo propriamente de oposição, o liderado pelo deputado federal Capitão Wagner, não há justificativa para não ter a chapa pronta. Ele terá como vice uma pessoa que será indicada pelo prefeito do Eusébio e presidente estadual do PL, Acilon Gonçalves. O Capitão ainda não sabe quem será. Como ele vai poder dizer que os dois, ele, e o apresentado por Acilon, estão devidamente sintonizados com o projeto de Governo que preparou para o Ceará?

Podem até, se eleitos, entenderem-se ao longo do Governo, como se afinaram Camilo Santana e a hoje governadora Izolda Cela, que, sequer queria ser vice, pois nem da convenção que escolheu Camilo, em 2014, participou. É concebível até que na formação do bloco de candidatos ao Legislativo perdure alguma dúvida nos partidos sobre a inclusão ou retirada de nomes, mas para os cargos majoritários, notadamente o de governador e vice, presidente e vice, essa falta de entendimento prévio sobre como deve ser a gestão é muito importante para os governados, vez por outra vítimas da improvisação de candidaturas.

Quanto ao tema, veja a opinião do jornalista Edison Silva: