Convenção do PSD domingo à noite de domingo (24) em Tauá. Foto: Assessoria do PSD

O fato de cada partido estar obrigado a apresentar um terço de candidaturas femininas para Assembleia e Câmara Federal, segundo a Legislação Eleitoral vigente, está dificultando aos partidos de apresentarem chapa completa de pretendentes a vagas no Legislativo Estadual, no total de 47, e de 23 candidatos ao Parlamento Federal. A norma também impõe às agremiações a garantirem 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para financiamento das candidaturas femininas. O PSD cearense, o primeiro dos grandes partidos a pedir à Justiça Eleitoral o registro de seus pretendentes a vagas de deputados federais, não conseguiu apresentar a chapa completa.

O PSD apresentou uma relação de 20 candidatos a federal, sendo seis mulheres (Maria José Maia, Francisca Eliane Braz Carvalho, Izabel Maria Silva Braga, Jaqueline Alves Dantas, Kelvya Costa Albuquerque e Rosa Maria Moura Rocha). O partido poderia apresentar um total de 23 candidatos. Ainda não é conhecida a chapa do PSD para a Assembleia Legislativa, embora a sua convenção, que homologaria tais postulações, tenha acontecido no dia 24 de julho, mesma data do evento de igual objetivo do seu parceiro de coligação, o PDT, que ainda organiza a sua relação de candidatos aos legislativos.

No comentário anterior, falamos das manobras posteriores às convenções para acomodação de candidaturas. Diferentemente de eleições passadas, as convenções que hoje ocorrem só homologam realmente, nomes de candidatos a cargos majoritários. E as vezes só um ou outro, reservando tempo, até o limite da entrega do pedido de registro dos candidatos, para os “donos” das agremiações concluírem os acordos de última hora.  Dos principais candidatos ao Governo do Estado do Ceará, a menos de 60 dias da votação, só um sabe quem é o seu vice, no caso Roberto Cláudio, cujo companheiro de chapa é Domingos Filho.

O candidato Elmano Freitas, que teve o seu nome homologado no sábado (30), ainda espera que o MDB, a quem caberá indicar o seu vice, faça convenção na próxima sexta-feira (5) e aponte o nome. E quem será? Também o deputado federal Capitão Wagner, cuja postulação é badalada, tem mais tempo que as dos outros, vai para a convenção na sexta-feira (30), ainda sem saber quem será o seu vice, pois o responsável por apresentá-lo será o PL, com convenção partidária a ocorrer na sexta-feira (30), o último dia do Calendário Eleitoral para homologação de candidaturas. Wagner e Elmano, não nos surpreendem, se ainda não conhecerem pessoalmente os seus companheiros de chapa,  e se vierem a ser, pela primeira vez apresentados a eles quando forem indicados para as vices.

Vale repetir. A rigor, tivéssemos no Brasil partidos organizados, obedecendo o Calendário Eleitoral, todas as chapas já deveriam estar devidamente construídas. Mas os partidos, infelizmente, não preenchem, como deveriam, os espaços que o Sistema Democrático lhes reserva. Eles são, simplesmente, ajuntamento de pessoas a serviço de um pequeno grupo, quase sempre familiar, como agora constatamos com pais, filhos e outros afins candidatos a diversos cargos. O projeto de Poder da quase totalidade dos dirigentes de nossas agremiações, sem qualquer pudor, é individual ou familiar, uma verdadeiro afronta à sociedade, posto que esta fica à margem das discussões sobre o que deva ser feito pelas três esferas do Executivo e, também no Legislativo, igualmente dissociado dos eleitores.

Veja o comentário do jornalista Edison Silva: