Izolda Cela fala ao lado de Ciro Gomes no encontro regional do PDT em Fortaleza

O deputado federal José Guimarães adiou o encontro, do PT cearense, marcado para este sábado (2), alegando atender apelo do ex-governador Camilo Santana, o principal interessado em manter a coligação,  que estaria aguardando um entendimento com Ciro Gomes, o líder do PDT que está conduzindo o processo de escolha do candidato do partido ao Governo do Estado. Ciro não disse a seus correligionários que ia falar com lideranças do PT. Ele disse, na terça-feira passada (28), que ia procurar as lideranças do PP e do PSD, Zezinho Albuquerque e Domingos Filho, como de fato procurou, embora com este não tenha conversada, naquele mesmo dia, por conta do adiantado da hora, mas justificou-se.

A conversa com o PT do deputado federal José Guimarães foi conduzida pelo deputado federal André Figueiredo, na condição de presidente estadual do PDT, quase que concomitantemente ao encontro do Ciro com os seus liderados da lista de pré-candidatos: Izolda Cela, Evandro Leitão, Mauro Filho e Roberto Cláudio, na citada terça-feira. Na ausência do senador Cid Gomes, a interlocução com o PT, como dissemos recentemente, será o André, com a condição de não aceitar pressão, notadamente as de indicação de nome, como insinuam as declarações públicas de alguns petistas, e de até pedetistas mais próximos ao ex-governador Camilo Santana.

Ao PDT, também interessa a manutenção da aliança com o PT cearense, embora, neste momento já existam algumas reservas, ou até mesmo desconfiança, tanto que Ciro, em mais de uma oportunidade, falou em “traição”, ao fazer referência a entendimentos anteriores sobre a formação da chapa majoritária e o critério adotado pelo PDT para escolher o nome do seu candidato. Ele não citou nomes petistas, mas óbvio que referia-se a Camilo, pois quando acertaram que este seria o candidato a senador, teria sido dito como ocorreria a escolha do cabeça da chapa majoritária. Cid tem espaço para fazer acordo com petistas, como os concretizados até aqui, Ciro não, principalmente agora quando mais fortemente ataca o ex-presidente Lula, o ídolo petista.

O adiamento do encontro do PT deste sábado, previsto para decidir manter ou não a coligação com o PDT, pode ser visto como uma tomada de posição para serenar os ânimos dentro do próprio partido e receber a indicação do nome escolhido para ser o candidato a governador da aliança respeitando a autonomia do aliado, ou, quem sabe, passando a ideia da firmeza do propósito de não aceitar outro postulante, senão a governadora Izolda Cela, tentando, com o gesto, barganhar uma outra posição na chapa majoritária, no caso a de vice-governador, hoje cobiçada pelo PSD de Domingos Filho.

A pesquisa encomendada pelo PDT, para ser a base da escolha do seu nome que disputará o Governo do Estado estará pronta no início da próxima semana, mas, sem dúvida, ainda demorará um certo tempo para ser feito o anúncio do nome do escolhido.

O questionamento da governadora Izolda Cela sobre a importância da pesquisa para escolher o candidato, além de ter sido a sua primeira manifestação pública de pré-candidata, causou espécie, não apenas ao próprio Ciro, como de resto ao partido, pois ele não teria sido feito no momento próprio, ou seja, na célebre reunião da terça-feira, de onde saíram elogiando o desprendimento de todos os envolvidos no processo, exceção da própria Izolda que saiu um pouco antes do fim do encontro para atender agenda oficial. Ao tornar público sua posição quanto à importância da pesquisa para a definição do nome, a governadora sinaliza que reagirá não sendo ela a escolhida.

Quanto ao tema, confira o relato do jornalista Edison Silva: