Camilo Santana e Eunício Oliveira, em 2018, durante assinatura de acordo para o Ceará, quando o emedebista era presidente do Congresso Nacional. Foto: Marcos Brandão/Senado Federal.

A governadora Izolda Cela (PDT), legalmente, pode ser candidata à sua reeleição. Ela e qualquer outro filiado ao PDT, que reúna as exigências da Legislação Eleitoral, têm o direito de postular a indicação do partido para realmente ser o seu representante na disputa pelo cargo, nesta ou em outras eleições. Izolda, antes de ser efetivada na chefia do Executivo estadual, e já quando se falava em pré-candidatos do PDT, nunca confirmou, como confirmavam Evandro Leitão, Mauro Filho e Roberto Cláudio, que estavam sim disputando a indicação do partido.

Camilo insistiu para que ela fosse, certo de sua postulação ser prontamente chancelada pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, responsáveis pela sua candidatura de vice-governadora.

Os adversários e inimigos dos irmãos Ciro e Cid Gomes querem derrotá-los a qualquer custo, com armas e objetivos diferentes. Os adversários publicamente conhecidos, querem vencê-los na disputa deste ano, sem utilizarem de subterfúgios e com as armas conhecidas e legítimas. Querem chegar ao Poder, um desejo natural. Os adversários, travestidos de aliados, também querem desalojá-los do Poder, utilizando-se da deslealdade, uma das atitudes que tornam as pessoas repugnantes, e no geral muito perigosas. E os inimigos trabalham e torcem por uma derrota deles, mesmo que o Poder vá para mãos de outros adversários. O ex-senador Eunício Oliveira (MDB) entra na relação dos inimigos.

Boa parte dos governistas que hoje estimulam a candidatura de Izolda Cela, não o fazem pelos méritos próprios da governadora. Ela tem qualidades imensuráveis, sobretudo na área da Educação, um dos pontos citados para justificarem a defesa de seu nome na disputa. A propósito, neste ponto, ressalte-se o posicionamento sério do deputado federal Idilvan Alencar (PDT). Camilo quer a candidatura de Izolda pensando em tutela-la, ou ser o beneficiado primeiro de um futuro governo dela, credenciando-se para voltar a ser governador com luz própria. Já o discurso de Eunício, um verdadeiro inimigo, é só para fustigar os irmãos e fortalecer o movimento do ex-governador.

Já tratamos neste espaço, da sucessão da hoje deputada federal Luizianne Lins (PT), em 2012, quando encerrava o seu segundo mandato como prefeita de Fortaleza, já experimentando momentos de turbulência na aliança do PT com o PROS, do então governador Cid Gomes, por conta do vice-prefeito que ela não queria e Cid impôs, no caso o hoje deputado estadual Tin Gomes. Em 2012, para continuar a aliança com o PT,  Cid Gomes queria que o candidato do PT a prefeito, para substituir Luizianne, fosse um petista ligado a ele, como hoje, querem fazer alguns petistas em relação à escolha do candidato a governador, a ser feita pelo PDT. Cid apontou três nomes, todos seus auxiliares no Governo, que chegaram a ser exonerados do secretariado: Camilo Santana, Francisco Pinheiro e Nelson Martins. Luizianne preferiu Elmano de Freitas e Cid apresentou Roberto Cláudio, o vencedor.

O rompimento de Cid com Luizianne, ou dela com ele, não abalou a relação dos petistas ligados ao diretório estadual com o Governo.  Os cargos dos petistas na administração estadual mantiveram a aliança. E esses cargos só aumentaram e, novamente, em razão deles a aliança pode continuar sendo Izolda Cela ou Roberto Cláudio o candidato a governador do Ceará. Camilo Santana ainda é o maior interessado na continuidade da coligação, mesmo não podendo ser o tutor de quem vier a suceder Izolda, mas é com o PDT que sua eleição para o Senado pode ser mais fácil, tendo ele, inclusive, o primeiro suplente de sua preferência.

Veja a opinião do jornalista Edison Silva: