PDT ainda aguarda união com Camilo Santana no primeiro turno. Foto: Divulgação

Ainda há muita indefinição na base governista e na oposição que vai para a disputa eleitoral deste ano no Ceará. Enquanto pedetistas ainda aguardam uma reaproximação com Camilo Santana e o grupo de partidos no seu entorno, Capitão Wagner corre contra o tempo para abrigar em seu arco de aliança, o PL, de Jair Bolsonaro, e o Republicanos, que tem flertado com o Governo de Izolda Cela nos últimos meses.

Nas últimas horas, o ex-governador Camilo Santana se reuniu com Zezinho Albuquerque e AJ Albuquerque, do PP, e Eunicio Oliveira, do MDB. Com o retorno do senador Tasso Jereissati ao Ceará, havia também expectativa de diálogo com o petista.

Camilo chegou a se reunir na terça-feira (19) com representantes de seis partidos, que demonstraram insatisfação com a decisão do PDT de lança o nome de Roberto Cláudio ao Governo do Estado, em detrimento ao nome da governadora Izolda Cela. As legendas aliadas reclamavam da falta de diálogo e participação no processo de disputa interna.

Um dia após esse encontro, na quarta-feira (20), o presidenciável Ciro Gomes (PDT), em Brasília, pediu que Roberto Cláudio trabalhasse para unir a base no Ceará. O candidato ao Governo do Estado, porém, reclamou da falta de retorno de mensagens enviadas a Camilo Santana.

Na quinta-feira (21), no mesmo dia em que se reuniu com  Zezinho Albuquerque e Eunicio Oliveira, em momentos distintos, Camilo Santana voltou a lamentar o fato de Izolda Cela não ter tido direito à reeleição.

Petistas, por outro lado, levantaram a tese de que o Partido dos Trabalhadores indicaria o nome ao Governo do Estado neste sábado (23), no encontro de tática eleitoral. Oito nomes foram apresentados por José Nobre Guimarães,  que disse ainda que o ex-presidente Lula participaria do debate.

A bancada do MDB, por sua vez, se reuniu e escolheu Eunicio Oliveira como representante da sigla para uma vaga em uma eventual chapa majoritária do grupo dos seis partidos, formado por PT, MDB, PCdoB, PV  PP e PSDB.

Na manhã desta sexta-feira (22), o presidente estadual do PDT, o deputado federal André Figueiredo, afirmou ao Blog do Edison Silva que espera lançar o nome de Camilo Santana como candidato a senador apoiado pela sigla pedetista, em sua convenção partidária, que acontecerá na manhã de domingo, dia 24.

O PSD também realiza seu encontro no fim da tarde de domingo, e espera indicar o presidente da sigla, Domingos Filho, como o candidato a vice-governador da chapa encabeçada por Roberto Cláudio. O dirigente da sigla, inclusive, foi um dos poucos aliados que esteve presente no evento do PDT que oficializou o nome de Ciro Gomes como candidato a presidente da República.

Indefinições

Na base governista, portanto, há muitas indefinições que, de acordo com as lideranças partidárias, podem ser sanadas até domingo. Já na oposição, Capitão Wagner aguarda o resultado de uma rodada de conversas que terá com os presidentes do Republicanos, Ronaldo Martins, e do PL, Acilon Gonçalves.

O presidente do Republicanos se aproximou da base governista nos últimos meses, e estava dialogando com o senador Cid Gomes. Porém, o sumiço do líder pedetista tem gerado incômodo nas lideranças políticas do Estado, e segundo informações, pode ter afetado o compromisso que havia entre PDT e a sigla republicana.

Negociações

Wagner vai aproveitar o momento para reabrir negociações com Ronaldo Martins. Ao Blog, o dirigente do Republicanos afirmou que não havia definição sobre a decisão da sigla.

No PL, Acilon Gonçalves até defende um candidatura própria da legenda, porque segundo ele, essa decisão ajudaria no crescimento do partido no Ceará. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro, em visita ao Ceará, sinalizou interesse na candidatura de Wagner. Os dirigentes se reúnem neste sábado.