Mesmo com a rejeição por parte da Câmara de Guaraciaba, Camilo vem sendo agraciado com diversos títulos honorários de cidadania de municípios cearenses. Foto: Divulgação.

O Programa do Blog do Edison Silva, desta segunda-feira (20), iniciou lembrando que a semana começa, no cenário nacional, não se falando especificamente de sucessão presidencial, mas dos preços dos combustíveis, aumentados no último sábado. 

Por um tempo, desde a sexta-feira, não se tem falado sobre a redução de alíquotas do ICMS sobre combustíveis, tema que dominou, praticamente, toda a semana anterior, depois das votações ocorridas na Câmara Federal e no Senado, faltando a sanção do presidente Bolsonaro.

Além da questão política embutida no Imposto, ainda tivemos uma decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, ordenando que os estados só podem cobrar alíquotas de até 17% em cima dos combustíveis.

Estava prevista para hoje, uma reunião de Arthur Lira (Progressistas/AL), presidente da Câmara dos Deputados, com os líderes da Casa para tratar de questões relacionadas à Petrobras, inclusive a instalação de uma CPI para investigar a administração da empresa e os critérios de estabelecimentos dos aumentos dos combustíveis.

A Câmara Municipal de Guaraciaba do Norte negou o título de cidadania ao ex-governador Camilo Santana, durante sessão do legislativo de 9 de maio. Esta informação foi circulada em grupos de WhatsApp pelo radialista Júnior Ximenes.

Segundo ele, “o vereador Jaques Carvalho, presidente da Câmara de Guaraciaba do Norte, em seu discurso, disse que um dos assessores do ex-governador havia procurado o atual prefeito da cidade, Adail Machado (MDB), e feito pedindo ao mesmo para que o prefeito indicasse o nome aos vereadores. No final da sessão, o vereador Jaques demonstrou-se envergonhado em não ter conseguido o título para o ex-governador, e disse que a cidade seria a primeira cidade a fazer tal tipo de rejeição”.

Quando questionado, Júnior Ximenes disse que a Câmara de lá é composta por vereadores do MDB e PSB. O prefeito é do MDB, como citado, e os deputados mais votados por lá, em 2018, foram Danniel Oliveira (estadual) e Moses Rodrigues (federal). Logo, podemos presumir que todos que o legislativo local é composto por aliados de Eunício Oliveira e de Camilo. 

Quem não é do MDB é do PSB, partido este, que o ex-governador tem ligações no Ceará, tendo o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, como seu principal representante dentro dos quadros socialistas.

Este fato é coisa de política, cujas explicações estão sempre relacionadas com a disputa eleitoral vindoura. Hoje, Camilo foi ao município de Tauá, onde recebeu o título de cidadania de lá. Num determinado momento do mandato do petista como governador, um dos seus adversários era Domingos Filho, por conta da extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

A propósito de Domingos, hoje, presidente estadual do PSD, tem intensificado o trabalho de ampliação das bases eleitorais do seu partido, visando, além da eleição de deputados estaduais e federais, garantir a vaga de vice-governador na chapa governista. Na opinião de Edison Silva, o PSD é o melhor posicionado para integrar o grupo majoritário governista. 

Entretanto, como ainda existe uma incógnita dentro do PDT, ainda mais com a ameaça de rompimento da aliança entre pedetistas e petistas, a escolha do nome ao posto de vice-governador também poderá gerar novas dificuldades para a manutenção da aliança do grupo gestor estadual. E o jornalista diz, ainda, que “o nome ao posto de vice não será conhecido antes da indicação do candidato a governador”.

Também na seara política, as situações se repetem, similares às do passado. Hoje, tem-se falado quanto às divergências dentro do PDT para a escolha do candidato do partido na sucessão estadual. Há oito anos, em 2014, houve o mesmo cenário, tanto que o nome do escolhido, o ex-governador Camilo Santana, só foi escolhido na véspera da convenção para a homologação das candidaturas da coligação entre PROS – à época, o partido liderado pelos irmãos Ferreira Gomes, e o PT, com o acréscimo de outras siglas.

Neste recorte temporal, a oposição era Eunício, que havia rompido com o grupo governista por não ter o apoio do governador da época, Cid Gomes. Eunício, assim como Capitão Wagner, hoje, aguardava a dissidência de membros do grupo governista para acolher os rejeitados. O emedebista acabou por não receber ninguém, embora a escolha de Camilo tenha deixado insatisfações. Ainda sobre a questão dos preços dos combustíveis, no último final de semana, alguns dos presidenciáveis trataram da questão, começando pelo pedetista Ciro Gomes.

Já o presidente Bolsonaro foi quem acendeu, primeiro, o debate para uma discussão a respeito da instalação de uma CPI para investigar a diretoria da Petrobras e a política de preços da companhia estatal.

O Blog do Edison Silva na Rádio Assunção Cearense vai ao ar de segunda a sexta, das 11h45 às 12h15, logo ​após o programa “É Tempo de Bola”.

Assista ao programa desta segunda-feira (20/06):