Ex-presidente da APS, Sargento Reginauro foi o primeiro político a ser ouvido pelo colegiado. Foto: ALCE

Pela terceira semana consecutiva a “CPI do Motim” não deve se reunir nesta terça-feira (28), visto que os membros do colegiado aguardam resultado do laudo pericial de áudio apresentado pelo relator, Elmano de Freitas (PT), sobre possível envolvimento de dirigente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS), Cleyber Araújo, em tentativa de tráfico de influência. O grupo depende de resposta da Polícia Forense do Ceará sobre o material enviado na semana passada.

A CPI do Motim investiga possível envolvimento de associações militares em financiamento de manifestações feitas por policiais e bombeiros, ocorridas no ano de 2020. Apesar de terem destacado o benefício que essas entidades realizam para a categoria, os membros da comissão apontam indícios de irregularidades no funcionamento de algumas delas, em especial a APS, que foi fundada pelo deputado federal Capitão Wagner (UB).

O colegiado chegou a ouvir o vereador Sargento Reginauro (UB), que presidiu a APS até fevereiro de 2020, período em que motins foram deflagrados na Polícia e Corpo de Bombeiros Militar. O deputado estadual Soldado Noélio (UB), que faz parte da CPI, também integrou os quadros de direção da Associação dos Profissionais de Segurança, e aponta interesses eleitorais na condução do grupo.

No dia 7 de junho, última vez em que os membros da CPI se reuniram, o presidente da APS, Cleyber Araújo, foi ouvido outra vez, a pedido do deputado Marcos Sobreira (PDT). O interesse do parlamentar era tirar dúvidas sobre R$ 400 mil que foram empregados, segundo o dirigente, no pagamento de curso para advogados que defendem a entidade, versão essa diferente da primeira.

Na ocasião, Elmano de Freitas apresentou áudio em que um grupo de pessoas estava reunido e uma delas, apontada como sendo Cleyber Araújo, fala em contratar alguém, pelo valor de R$ 400 mil, para conseguir liminar junto a Justiça. Após a divulgação do áudio, a defesa do dirigente o orientou para ficar calado, e o relator da comissão encaminhou o conteúdo gravado para perícia.