A governadora Izolda Cela fala no evento regional do PDT, em Fortaleza, nesta quarta-feira (15). Foto: Reprodução

A ideia inicial do PDT nacional, de reunir suas principais lideranças regionais em cinco capitais brasileiras para alavancar a candidatura presidencial de Ciro Gomes, começando por Fortaleza, nesta quarta-feira (15), foi ampliada e acabou beneficiando, de propósito ou não, ao ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, pretenso candidato a governador do Ceará nas eleições deste ano. O seu nome não foi lançado, como admitiam alguns menos afeitos ao real ambiente político estadual, mas foi, depois da figura central do evento, Ciro Gomes, o nome mais citado e “tietado” pelos presidentes estadual (André Figueiredo) e nacional (Carlos Lupi).

O nome do postulante a governador do PDT, para a disputa deste ano, só será anunciado pelo senador Cid Gomes, quando da proximidade do momento final da escolha dos candidatos, segundo o Calendário Eleitoral (dia 5 de agosto). Cid não esteve no encontro do PDT, e talvez por isso Ciro tenha dito que o deputado federal André Figueiredo será o condutor natural da escolha do candidato. Se dependesse de Carlos Lupi, o nome já teria sido anunciado. Lupi defende o nome de Roberto Cláudio, mas, sem dúvida, o presidente nacional do PDT quase nenhuma ingerência terá na escolha do pedetista que concorrerá o cargo hoje ocupado por Izolda Cela.

Mas Ciro, tanto na entrevista concedida antes do início do evento, quanto na abertura do seu discurso, disse não aceitar veto ao  nome escolhido pelo PDT. E quem se insurgir contra a definição do seu partido siga um outro caminho, referindo-se, naturalmente, a algumas figuras do PT, embora o ex-governador Camilo Santana, a principal liderança petista do Ceará, tenha dito a alguns interlocutores, inclusive ao prefeito José Sarto, recentemente, que desenvolverá todos os esforços, ao seu alcance, para manter a aliança. Aliás, Camilo deve ser mesmo um dos principais interessados na coligação, pois como candidato a senador precisa dos votos pedetistas para garantir sua eleição, apesar de até o presente momento ainda não ter um concorrente que o ameace na disputa majoritária.

Alguns petistas que insinuam apoio a uma candidatura da governadora Izolda, também com o objetivo de fomentar a cizânia no PDT, começam a ficar frustrados por não sentirem reciprocidade às suas manifestações. A governadora continua sem dar qualquer pista de querer disputar um novo mandato. Suas andanças pelo Interior do Estado, inaugurando obras ou em outras missões oficiais, não são transformadas em acontecimentos políticos, e, quando o ambiente é propício para tratar de política ela aproveita para reafirmar o seu compromisso com o grupo político a que é ligada, o liderado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes.

No evento do PDT de hoje, Izolda foi pródiga em elogios a Cid e a Ciro, relembrando, inclusive o ingresso dela na vida pública, na área da Educação, a partir de Sobral, deixando muito claro que sua participação política na campanha deste ano será em defesa da eleição de Ciro presidente, o que não nos surpreende. Em mais de uma oportunidade já afirmamos que no palanque em que ela esteja só haverá um candidato a presidente, o Ciro, diferentemente do que fez o seu antecessor, Camilo Santana, que dividia o palanque entre o candidato do PT, como foi o caso de 2018, com Fernando Haddad e Ciro.

Assista ao comentário do jornalista Edison Silva sobre o assunto: