Senador Eduardo Girão (Podemos/CE) é um dos parlamentares contrários à flexibilização da posse e porte de armas no Brasil. Foto: Agência Senado.

O senador Eduardo Girão (Podemos/CE) defendeu, em pronunciamento nesta terça-feira (31), que o Senado aprecie o PDL 64/2021 e o PDL 74/2021, que têm como objetivo tornar sem efeito as medidas do governo relacionadas a armas de fogo, como registro, cadastro e compra, inclusive por colecionadores, atiradores e caçadores, conhecidos pela sigla CAC.

Na opinião do senador, esses projetos são essenciais para evitar a ‘banalização’ da liberação das armas de fogo no país. De acordo com dados citados pelo cearense, desde 2018, o número de licenças aos CACs para usar armas de fogo aumentou em 333% no Brasil.

No mesmo período, o número de CACs deu um salto, passando de 225 mil registros ativos em 2018, para mais de 1 milhão em 2021 […] há um grande risco da perda de controle, por parte do Exército brasileiro, sobre as armas e munições, fato que coloca sob ameaça toda a nossa sociedade, bem como dificultará ainda mais a investigação e solução de crimes como feminicídios, homicídios e latrocínios“, alertou.

De acordo com Girão, algumas notícias mostram como a falta de controle sobre armas já existe no país. Ele citou o caso de um auditor, que é CAC, que, flagrado com 18 armas, atuava na grilagem de terras no Distrito Federal. Em Formosa (GO), um CAC tentou o suicídio, depois de matar acidentalmente o próprio filho com sua arma.

Em Serra (ES), uma igreja tentou rifar uma escopeta calibre 12, doada por um CAC. Por fim, segundo o senador, uma loja de armamentos com o nome de ‘A-R 15 Brasil’ conseguiu decisão favorável da justiça para vender silenciadores, equipamento de controle rigoroso.

Por isso, o limite nacional é a posse de armas nas residências e no comércio, mas, jamais, a liberação do porte, porque o fator surpresa sempre favorecerá o assaltante, que ainda ficará com a arma da vítima. Ou seja, a arma do cidadão de bem migra para o crime“, disse.

Com informações do Senado Federal.