Deputados em visita à sede da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Ceará (Assof). Foto: ALECE.

Os membros da “CPI do Motim” da Assembleia Legislativa visitaram, na manhã desta terça-feira (24), as sedes de outras duas associações de militares, inclusive, a Associação dos Profissionais de Segurança, APS, que foi criada pelo deputado federal Capitão Wagner (UB) e já foi presidida pelo vereador Sargento Reginauro (UB).

Os representantes do colegiado voltaram a reafirmar que o objetivo do grupo é “separar o joio do trigo” no que diz respeito a atuação dessas entidades.

O presidente da CPI, deputado Salmito (PDT), acentuou que as visitações fazem parte do processo investigativo da comissão e possibilitam conhecer essas entidades, assim como o trabalho que realizam a partir dos seus serviços, sejam esses recreativos, de ordem jurídica ou médica, e até suas interlocuções com outras associações.

A CPI tem cumprido esse papel de deixar bem claro que os militares são uma categoria diferente, e por serem diferentes, têm direitos que os servidores e civis não têm, e deveres que os servidores e civis não têm. É saber, realmente, separar, respeitar, valorizar. A CPI tem dito o tempo todo em separar o joio do trigo”, disse Salmito.

Segundo ele, os militares merecem todo respeito da CPI, mas destacou que as paralisações de militares são inconstitucionais. “Eles protegem a nossa vida. E por terem essa importância, não podem parar suas atividade para fazer reivindicação. A constituição não considera nem legitima e nem legal”, apontou.

“Repetimos em separar o joio do trigo porque é algo necessário para que a situação de motim que se instaurou no passado não volte a se repetir, pois, além de ilegal, ainda coloca a população na condição de refém” – (Salmito Filho).

O deputado Soldado Noelio (UB), que já atuou na APS, e aponta a CPI como de interesse eleitoral, enalteceu o trabalho e o serviço ofertados pelas associações aos militares. Em sua avaliação, quando se analisa o custo que se paga por mês às associações e o serviço que elas oferecem aos seus associados, “percebe-se que essas entidades oferecem um cuidado muito maior aos militares que o próprio Governo”.

O presidente da APS, Cleyber Araújo, informou que a associação age com toda a transparência em relação aos associados, que realiza prestação de contas com os colaboradores, e criticou o teor da CPI e suas motivações. Ele foi um dos dirigentes ouvidos pelo colegiado. “Essa situação toda é muito constrangedora para nós, pois já foi comprovado na Justiça que não temos nenhum tipo de associação com os eventos de motim apontados pela CPI”.