Ciro Gomes (PDT) e o ex-governador Camilo Santana (PT). Foto: Divulgação.

O comando da sucessão da governadora Izolda Cela será dela e do seu partido o PDT. Ciro afirmou, em determinado momento, que o ex-governador Camilo Santana seria o condutor do processo de sua sucessão, e alguns entenderam que englobaria a da atual chefe do Executivo, por isso tem petista e até pedetista admitindo estar Camilo no controle das articulações para a escolha do nome do PDT a governador. Ledo engano. A propósito, por ser candidato a senador e precisar do apoio de todos, essa tarefa não seria nada producente para a sua empreitada, pois necessitando do apoio de todos, não lhe é interessante desgaste com aliados.

O senador Cid Gomes tem dito, com frequência, que ao fim do seu mandato, no início de 2027, vai cuidar de sua vida particular, embrenhar-se na iniciativa privada. Há quem duvide. Porém, dúvida não há é quanto ao seu poder de decisão na escolha do correligionário para disputar o Governo do Estado. Ora, se pessoalmente ele está cuidando da formação de chapas proporcionais de partidos aliados, e até da divisão de colégios eleitorais dos que querem ser deputados, como deixar que filiado a outro partido escolha o candidato a governador do PDT?

O ex-governador, como disse Ciro, foi o senhor da sua sucessão, passou o cargo para Izolda Cela, a substituta natural, pois era a vice-governadora. Camilo poderá ter o privilégio de ser o primeiro a ser comunicado da escolha do candidato pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, se vier a ser, como presumido, o segundo nome mais importante da chapa majoritária governista, havendo de fato a coligação do PDT com o PT.

A governadora Izolda publicou em suas redes sociais, na quinta-feira (19), uma foto dela com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão, o deputado federal Mauro Filho, e o ex-prefeito Roberto Cláudio, todos citados como pré-candidatos do PDT ao Governo do Estado. A finalidade da publicação, era, por certo, a de tranquilizar os correligionários quanto à unidade deles.

Lideranças municipais e os próprios deputados estão preocupados até em ser fotografado ao lado de um deles para evitar que os demais fiquem magoados, sobretudo a governadora, embora o senador Cid Gomes tenha dito aos deputados estaduais, por exemplo, que Roberto Cláudio antes de iniciar suas caminhadas pelo Interior tenha comunicado a ele, e ao Camilo, o seu propósito de tornar-se mais conhecido fora da Capital cearense.

O sentimento dos observadores mais atentos é o de que a direção do PDT do Ceará já tem o nome do candidato, mas ao partido não interessa torná-lo público no momento. O comando do partido tem absoluta certeza que todos acatarão a decisão final. A invenção de ter mais de um nome para ser o candidato, desde a sucessão de Cid Gomes, tem resultado positivo ao projeto por garantir bons espaços na mídia, sem grandes riscos de divisão interna ou defecção de aliados.

Os liderados de Ciro e Cid aceitaram até um candidato de outro partido, Camilo Santana, quando concorriam a própria Izolda, Zezinho Albuquerque e Mauro Filho. Domingos Filho, um outro concorrente à época, não tinha a ligação pessoal com os irmãos como têm ainda hoje os três outros, e mesmo assim aceitou a derrota e depois ganhou um cargo vitalício no extinto TCM. Izolda aceitou ser vice, depois da recusa de Zezinho, e Mauro titubeou, mas concordou em ser candidato ao Senado.

Sobre o assunto, veja o comentário do jornalista Edison Silva: