Bolsonaristas do Ceará se reuniram no restaurante Coco Bambu, em Fortaleza, após críticas de Ciro Gomes. Foto: Reprodução/Instagram.

No decorrer da semana, os ataques proferidos pelo presidenciável Ciro Gomes (PDT) a adversários, uniram petistas e bolsonaristas em críticas à postura do pedetista. Primeiro o pré-candidato do PDT atacou diretamente o Partido dos Trabalhadores do Ceará e depois, na quarta-feira (04), foi a vez de atacar um empresário Afrânio Barreira do ramo de restaurantes, alinhado com as pautas do presidente Jair Bolsonaro.

No primeiro episódio, em entrevista a uma rádio local, Ciro Gomes chegou a falar em corrupção no PT do Ceará, afirmando ainda que não aceitaria imposição de nome do PDT por outra legenda, através de “conchavos” e “picaretagem“. O nome da deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, foi citado por ele, destacando que durante sua gestão as escolas públicas e unidades de saúde eram geridas por pessoas indicadas por políticos.

A reação da executiva estadual do Partido dos Trabalhadores veio em uma nota, mais de 24 horas depois do ocorrido, em que teceu diversas críticas e adjetivos ao comportamento de Ciro Gomes, mas não sinalizou qualquer rompimento com o PDT no Ceará. As presidências nacionais dos dois partidos, porém, devem se reunir para traçar um entendimento sobre como as siglas devem se portar no decorrer dos próximos meses.

Em seguida, o pré-candidato chamou o empresário Afrânio Barreira, dono do restaurante Coco Bambu, de “vagabundo” e “sonegador“. As falas foram feitas a um canal no YouTube. Imediatamente, bolsonaristas cearenses se insurgiram contra o pedetista, inclusive, foram convidados para participar de um encontro em um dos restaurantes da rede localizado em Fortaleza.

Principal liderança da oposição no Ceará, o deputado federal Capitão Wagner (UB) publicou vídeo defendendo o dono do restaurante e disse que apoia os empreendedores do Estado. Segundo ele, somente no ano passado, o Coco Bambu gerou mais de R$ 100 milhões em impostos pagos ao Governo Federal e ao Governo do Estado, além de gerar emprego para mais de 7.200 pessoas.

“Quase que diariamente a gente faz o pedido do Coco Bambu. Para quem não sabe, o dono de lá começou vendendo pastel e hoje tem uma rede de mais de 60 lojas. Um empreendedor cearense que nos orgulha. Diferente de quem bate nos empreendedores cearenses, a gente está aqui para se solidarizar diante desse grande absurdo de ser chamado de vagabundo, de criminoso, de sonegador de impostos”, apontou.

Aparentemente, os ataques feitos pelo presidenciável Ciro Gomes nesta semana acabaram por fortalecer grupos que não estão alinhados com suas pautas, como a deputada federal Luizianne Lins, que aproveitou para criticar o ex-prefeito Roberto Cláudio, a quem chamou de “embuste”, e os próprios bolsonaristas, que se uniram em torno da defesa de um de seus apoiadores.