Elmano Freitas (ao centro) é o relator da CPI. Sargento Reginauro depõe nesta quarta-feira (06). Foto: ALECE.

Depois de ter o seu nome mencionado na “CPI do Motim” como eventual beneficiário de associações de militares, o deputado federal Capitão Wagner (UB) disse ter recebido com estranheza a acusação feita pelo relator Elmano Freitas (PT). De acordo com Wagner, o colegiado instalado em ano de eleição possui interesses eleitorais.

“Causa estranheza que, mesmo com os graves problemas que o Ceará enfrenta, como ter mais de 5 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza, ser o segundo Estado mais violento do país, ter o maior número de perda de vidas por Covid da região Nordeste, a Assembleia Legislativa feche os olhos para o sofrimento dos cearenses e passe a trabalhar pelo interesse político dos responsáveis por esses resultados negativos”, disse Wagner em nota.

Ainda de acordo com ele, “não é de se estranhar que parte dos deputados da Casa estejam utilizando uma CPI para fins eleitorais, em razão do pleito que se aproxima. O eleitor não é bobo e o cearense é mais inteligente do que eles pensam e, também por isso, não caem mais nesse jogo antigo e retrógrado de quem quer desviar a atenção do que realmente importa, que são os problemas que nós cearenses enfrentamos todos os dias”.

Wagner afirmou ainda que, quando presidente da Associação dos Profissionais de Segurança, de 2013 a 2014, modificou o estatuto da entidade para que nenhum deputado estadual e federal faça parte de sua diretoria, “para evitar que a Associação fosse utilizada para fins políticos. Esclareço também que estarei vigilante e tomarei as medidas judiciais cabíveis para não permitir ilações que sejam utilizadas para criar falsas narrativas que envolvam o meu nome”, concluiu.

Esse mesmo discurso é feito por outros deputados do grupo de oposição na Assembleia, como o deputado Delegado Cavalcante e o deputado Soldado Noélio. Este, na sessão da CPI desta terça-feira (5) disse a mesma coisa em meio ao depoimento do presidente da Associação dos Profissionais de Segurança, Cleiber Barbosa Araújo, quando os interrogadores insistiam nas perguntas sobre ligação da associação com o Capitão Wagner.

Noélio, inclusive, chegou a reclamar da insistência de uma indagação do deputado Marcos Sobreira sobre o pagamento a um advogado, da importância de R$ 400 mil, quando o advogado não teve nenhuma participação na causa objeto do pagamento.

Veja posicionamento do deputado Soldado Noélio: