Os vereadores criticaram a condução dos trabalhos da CPI. Sargento Reginauro disse que quer prestar depoimento. Foto: CMFor.

Os vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza, aliados do deputado federal Capitão Wagner (UB), criticaram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa do Ceará, que investiga possível envolvimento de associações de militares no financiamento de motins ocorridos no Estado.

De acordo com eles, o colegiado tem finalidade meramente eleitoreira, visto que Wagner é pretenso candidato ao Governo no pleito deste ano. O vereador Guilherme Sampaio (PT), da tribuna da Câmara, aplaudiu a instalação da CPI.

O vereador Sargento Reginauro (UB), que seria ouvido pela CPI na tarde desta quarta-feira (06), deve prestar depoimento somente na próxima terça-feira (12). De acordo com os membros do colegiado, o adiamento foi necessário para que eles possam colher mais informações sobre o caso.

Reginauro, por sua vez, criticou que a Assembleia Legislativa não deu ciência à Câmara Municipal de Fortaleza sobre esse convite ao parlamentar.

“É lamentável ver a Assembleia Legislativa do Ceará, que assiste silente às centenas de cearenses que perderem suas casas para facções criminosas; não enviar um requerimento ao Governo do Estado pedindo esclarecimentos sobre a compra de respiradores realizada numa empresa de fachada pelo Consórcio Nordeste; não cobrar soluções sobre o escândalo do Acquário. Mas, essa mesma Assembleia, gasta seu tempo com uma CPI descabida, para investigar recursos privados e fazer palanque político para atacar o Capitão Wagner e seus aliados”, disse Reginauro.

Ele afirmou, ainda, que vai entrar com ação contra o relator da CPI, o deputado Elmano de Freitas (PT), pelo crime de calúnia.

Veja o posicionamento do vereador Sargento Reginauro:

 

O tema norteou os pronunciamentos dos parlamentares aliados de Capitão Wagner na manhã desta quarta-feira (06). “O deputado Elmano acusou um vereador desta Casa. Criaram na Assembleia um circo eleitoral. Cadê que colocaram a retroescavadeira que o Cid Gomes queria passar em cima de policiais, mulheres e crianças?”, questionou Dudu Diógenes (PL).

Disputa

Julierme Sena (UB) afirmou que a CPI tem como objetivo desgastar a imagem de Capitão Wagner e associar o nome do líder da oposição a motins da Polícia Militar. Os vereadores destacaram que a instalação do inquérito foi adiada para que iniciasse seus trabalhos próximo ao período eleitoral. “A Assembleia está perseguindo uma entidade que tem serviço prestado e teve relação institucional com o Capitão Wagner. É essa a ira que os deputados que estão lá querem alcançar, a disputa ao Governo do Ceará”, salientou Márcio Martins (PROS).

Guilherme Sampaio (PT), por outro lado, defendeu a CPI, destacando a importância da investigação. Segundo ele, a população ficou desassistida durante a paralisação da Polícia Militar em 2020. “A Assembleia tem que apurar o motim. Essa apuração não se origina da cabeça ou discurso de um deputado. Foram R$ 2,3 milhões, em cinco anos, sacados na boca do caixa. Pode não ter nada de mais, mas é importante verificar”, defendeu.

Veja o posicionamento de Guilherme Sampaio: