Girão, por meio de suas redes sociais, comemorou a aprovação de seu requerimento. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado.

Nesta terça-feira (26), a Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado Federal aprovou requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos/CE) para promover audiência com o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone da Nóbrega, além de um representante da distribuidora de energia do Ceará, a Enel.

O objetivo é pedir esclarecimentos a respeito do reajuste tarifário anual nas contas de energia elétrica. A audiência ainda não tem data definida.

De acordo com o senador, a iniciativa de ouvir os diretores da agência reguladora e da companhia é uma medida equilibrada e justa para buscar entender as razões que levaram ao aumento da tarifa, que ele considerou abusivo. Girão disse ser incompreensível que, logo após o anúncio do fim da cobrança de taxa extra, a Aneel tenha aprovado aumento anual de até 25%.

Ainda vivemos uma crise social, por isso mesmo a imposição de um reajuste da monta de quase 25%, nesse momento tão crítico, será indiscutivelmente danosa para a retomada do crescimento. Falta muita sensibilidade no momento em que as pessoas estão, com muita aflição, saindo de uma crise sem precedentes, vir com um “presente de grego“, escreveu o cearense.

Eduardo Girão comentou ainda que esse reajuste representou mais que o dobro do previsto pelo Sindicato das Indústrias e de Serviços do Setor Elétrico do Ceará (Sindienergia), que previa algo em torno de 11%.

E mais

O presidente da CTFC, o senador José Reguffe (União/DF), disse que será uma “boa oportunidade” para se questionar sobre o reajuste não só no Ceará, mas em todo o Brasil.

O reajuste feito pela Aneel, em abril, foi aprovado duas semanas após o governo anunciar o fim da cobrança extra na conta de luz, com bandeira tarifária de escassez hídrica. Segundo o Executivo federal, o fim da cobrança extra faria as contas de luz caírem 20%. O aumento de até 24,85% foi aprovado para os estados de Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe.