Após ser criticado por bolsonaristas e evangélicos por votar pela condenação do deputado federal Daniel Silveira (UB/RJ) por ataques à democracia, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, foi às redes sociais nesta quinta-feira (21/4) para explicar seu posicionamento.
O ministro afirmou que, como cristão, não acredita ter sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas. E, como jurista, Mendonça disse que não pode avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja.
“Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto”, afirmou o ministro em seu perfil no Twitter.
Nesta quarta-feira (20), o Plenário do Supremo Tribunal Federal condenou Daniel Silveira a oito anos e nove meses de reclusão, em regime inicial fechado, além do pagamento de multa de R$ 192,5 mil, corrigida monetariamente.
A Corte entendeu que Silveira praticou os crimes de coação no curso do processo (artigo 344 do Código Penal) e tentativa de impedir o livre exercício dos poderes da União (artigo 23 da Lei de Segurança Nacional — Lei 7.170/1973).
Os ministros o absolveram da acusação de incitação à animosidade entre as Forças Armadas e o Supremo (artigo 286, parágrafo único, do Código Penal).
Entre outras manifestações, o parlamentar defendeu o retorno do Ato Institucional nº 5, instrumento da ditadura militar, para promover a cassação de ministros do STF, com referências aos militares e aos ministros, visando a promover uma “ruptura institucional”. Ele também incitou a população, por meio de suas redes sociais, a invadir o Supremo.
Prevaleceu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, seguido integralmente pelos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Luiz Fux.
Só não seguiram integralmente Alexandre os dois ministros indicados pelo presidente Jair Bolsonaro: André Mendonça e Nunes Marques.
Mendonça votou para condenar Silveira à pena de dois anos e quatro meses de reclusão, além de multa de R$ 91 mil.
Já Nunes Marques entendeu que as declarações estão protegidas pela imunidade parlamentar e votou pela absolvição do deputado.
Fonte: site ConJur.
Começou bem. Parabéns !! Espera-se que continue assim.
O fato é que Política e Religião não se devem misturar. Sempre que se misturam doutrinas religiosas com política fica ameaçado o ideal democrático de toda a nação, e o resultado é quase sempre trágico para o povo.
A interferência da Religião na esfera institucional do poder público acaba estimulando a intolerância de uns sobre outros e gerando um clima de intolerância, violência verbal e ódio, que pode evoluir para o fundamentalismo religioso, o qual resulta quase sempre em graves atentados à liberdade de expressão e de crença e em conflitos generalizados e por vezes sangrentos motivados pela fé obcecada e doentia de fanáticos instigados por líderes religiosos, a exemplo do que ocorre em regimes teocráticos, típicos do mundo islâmico (muçulmano). O resultado é o caos !!
Parabéns, mais uma vez, ao ministro André Mendonça. Atuou no papel de juiz para o qual foi investido. No julgamento, cumpriu o seu mister para o qual é pago.
Quanto aqueles que foram às redes sociais criticá-lo, inclusive alguns pastores, impõe-se perguntar:
Que deus é esse que eles cultuam ??!!