Enfermeira Ana Paula chamou atenção para a falta de respeito às mulheres na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. Foto: CMFor.

A decisão de um juiz de primeira instância contra a coordenadora de Participação Social da Prefeitura de Fortaleza, Natália Rios, por ataques feitos ao Capitão Wagner (PROS) durante as eleições de 2020, gerou embates entre aliados e opositores do Governo Sarto na Câmara Municipal de Fortaleza na sessão desta quinta-feira (10).

Durante a discussão, opositores chamaram a gestora, que é suplente de vereador pelo PDT, de “garganta de aluguel”, o que gerou incômodo entre as vereadores.

O vereador Julierme Sena (PROS) levou o tema à tribuna do plenário Fausto Arruda, e criticou a propagação de fake news em período eleitoral. Segundo ele, a decisão do juiz Magno Gomes de Oliveira foi por difamações que teriam sido feitas pela pedetista durante o pleito municipal de 2020. Em publicações nas redes sociais, Natália Rios teria chamado Capitão Wagner de chefe de milícias. Além da indenização por danos morais, foi determinado que a gestora publicasse vídeo se retratando sobre o que foi dito. Cabe recurso.

“Ela está a serviço de alguém que está preocupado com a popularidade que o Capitão Wagner ganhou no Estado inteiro”, disse Sargento Reginauro (PROS). Já Julierme Sena chamou Natália de “rainha das fake news”, afirmando ainda que ela teria que se retratar. Na gestão do ex-prefeito Roberto Cláudio, ela foi responsável pelos Centros de Atenção Psicossocial do Município.

“Daqui a alguns meses estaremos em novo momento de disputa eleitoral, e espero que essa condenação sirva de lição para quem acha que a Internet é terra sem lei, que podem publicar mentiras e difamação sem qualquer responsabilidade”, apontou Sena.

Márcio Martins (PROS), líder da oposição, afirmou que Natália Rios é conhecida como “garganta de aluguel do PDT”.

Veja o discurso de Márcio Martins:

O vereador Júlio Brizzi (PDT) se solidarizou com sua colega de partido, afirmando que ela foi tratada de forma grosseira pelos parlamentares de oposição. “Bolsonaristas falando de fake news em eleição é brincadeira. Até parece que o rei das fake news não é o Bolsonaro, os filhos dele e essa turma aí”, disparou.

Adail Júnior (PDT) também defendeu a correligionária, destacando que as falas de Natália Rios sobre Wagner diziam respeito apenas ao que ela acreditava, não se tratando de informações falsas. “Nos dá orgulho ter uma correligionária do nível da Natália Rios, que não abaixa a cabeça”, disse.

O embate só findou quando a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) demonstrou incômodo com o tratamento de seus pares à colega pedetista na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

Opinião das mulheres

“Não podemos aqui, na semana da mulher, ouvir ofensas de que uma mulher precisa receber dinheiro ou outras vantagens para falar o que pode falar. Estou no meu mandato para defender as mulheres. Meus pares precisam respeitar a opinião das mulheres. Enquanto única mulher pedetista desta Casa me senti extremamente ofendida com a palavra ‘garganta de aluguel’, por subestimarem aquilo que pensamos. Daqui a pouco estarei sendo chamada de ‘garganta de aluguel’ nesta Casa”, reclamou.

A pedetista solicitou a retirada do termo dos anais da plenária, mas não teve sua demanda atendida, pois o Regimento Interno só permite retirada dos termos a pedido do autor que a utilizou, isso segundo argumentou Adail Júnior, que presidia os trabalhos do dia.

Veja o contraponto da vereadora Ana Paula: