Senador diz que PF não pode ser extensão do cercadinho do presidente da República. Foto: Reprodução.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou pedido incidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir o novo diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes, de trocar os delegados responsáveis por diretorias que investigam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras entidades com foro privilegiado.

No pedido, o parlamentar argumenta que a intenção é impedir que as substituições de delegados que investigam autoridades ocorram em “efeito dominó” e comprometam investigações em curso.

“Com a troca da alta cúpula da corporação, almeja-se obstruir as investigações em curso que envolvem o presidente da República e seus familiares”, argumenta o senador.

Randolfe quer que a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), que cuida de inquéritos contra autoridades, seja “blindada”. O parlamentar também sugere o veto a eventuais trocas na Diretoria de Inteligência Policial (DIP).

“A PF não é uma extensão do cercadinho do presidente da República: trata-se de um órgão de Estado, estratégico para o devido funcionamento das instituições republicanas, cujas atribuições não podem ser violadas ao bel-prazer ou para atender caprichos e interesses particulares do governante de plantão”, diz trecho do pedido.

Márcio Nunes de Oliveira assumiu a direção da PF no último dia 25 de fevereiro, no lugar do delegado Paulo Maiurino.

Foi a quarta troca de comando da Polícia Federal (PF) no Governo Bolsonaro. A mudança mais ruidosa ocorreu quando o presidente decidiu substituir o delegado Maurício Valeiro pelo então diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem.

Fonte: ConJur.